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Bitcoin: o que é, como comprar e como guardar de forma segura

Aqui, compilo todos os posts que iniciei semana passada sobre Bitcoin, os quais fui escrevendo conforme tinha tempo, com todas as informações reunidas em um único lugar. Adicionei alguns comentários ao fim do texto junto com o perfil de seus respectivos autores. Falo aqui sobre Bitcoin, cujo símbolo é BTC. Nas corretoras você verá também Bitcoin Cash (BCH ou BCH-X) e Bitcoin Satoshi Vision (BSV). Me refiro aqui BTC e BTC apenas.
Esse post não é um conselho de investimentos. Tem apenas finalidade informativa. Sempre pesquise bem antes de investir seu dinheiro e não acredite em opiniões e pessoas aleatórias na internet. Convido as pessoas do sub que também entendem do assunto a complementacorrigir algum equívoco.
Quando for minha opinião sendo dada, informarei de forma explícita. De resto, tudo é baseado em fatos.
1. O que é Bitcoin?
É uma rede de pagamentos/transferência de valor, como a Visa ou MasterCard, e também é uma moeda, o próprio Bitcoin. Na rede da Visa ou MC você paga com dólar ou euro ou real etc., na rede do Bitcoin você paga com Bitcoin. Foi criada em 2008 por Satoshi Nakamoto, que ninguém sabe se é uma pessoa só ou um grupo de pessoas, pois logo sumiu do mapa.
2. Qual o objetivo do Bitcoin?
Criar um sistema de pagamentos descentralizado que permita que as pessoas troquem valopoder de compra diretamente entre si, sem a necessidade de um intermediário (bancos etc.). Além disso, foi pensada com a ideia de guardar poder de compra ao longo do tempo pois, diferentemente das moedas fiduciárias (dólar, euro, real etc.), o Bitcoin é deflacionário. Só existem 21 milhões (atualmente, \~18,6 milhões em circulação - ver mais abaixo no item 5 pra saber como BTC entra em circulação). Algumas pessoas se referem a BTC como "ouro digital", pois é um recurso escasso por "natureza".
3. Posso adquirir frações de uma Bitcoin?
Sim. Você pode adquirir até 0,00000001 de uma Bitcoin. Algumas corretoras, no entanto, pedem aporte mínimo de ~100 reais.
4. Preciso declarar Bitcoins no Brasil?
Sim. A resolução normativa 1888, da RFB, discorre sobre declaração de Bitcoin e outros criptoativos.
5. Qual a diferença entre a rede de pagamentos do Bitcoin e a da Visa ou MasterCard, por exemplo?
A rede do BTC é descentralizada, significando que não existe uma entidade que controle tudo. Essa rede é gerida por um software que você roda no computador e ajuda a validar as transações. Existem aproximadamente (no dia de hoje) 11.000 validadores de transações. Além disso, as transferências são feitas de pessoa para pessoa diretamente, sem a necessidade de um intermediário, como um banco.
6. Como funciona o Bitcoin?
Você instala o software ou aplicativo de celular e cria sua carteira, que é como se fosse seu "número de conta" na rede Bitcoin, que é chamada de blockchain. Você pode criar tantas carteiras quanto quiser. Uma pessoa que também tenha uma carteira pode então te enviar Bitcoins no seu endereço. Quando ela envia pra você esse valor, a transação passa pelos validadores de transações (computadores rodando o software) e, depois de certo tempo (de 30 s a 10 min geralmente), o saldo aparece na sua carteira.
7. Se a rede é descentralizada, o que os validadores de transação ganham com isso?
Para cada transação, uma pequena taxa (geralmente menos de 0,1% do valor total, mas depende do quão "congestionada" a rede esteja) é cobrada pelo próprio algoritmo do Bitcoin. Essa taxa vai para os validadores, na forma de Bitcoin na carteira deles. Além disso, um novo pacote de transações é validado a cada 10 minutos. Esse pacote, chamado de bloco (daí o nome blockchain), contém todas as transações realizadas nos últimos 10 minutos. O algoritmo pede então para cada validador tentar resolver um problema matemático. Quem resolver primeiro (quem tiver um computador mais rápido), além das taxas de transações, ganha uma recompensa do algoritmo e adiciona esse bloco na rede. Começou com 50 Bitcoins (isso mesmo) e atualmente essa recompensa é de 6,25 Bitcoins, diminuindo pela metade a cada 4 anos. É assim, com essa recompensa, que "novas" BTC são postas em circulação. No ritmo atual, as 21 milhões estarão em circulação no ano de 2140.
8. Como adquirir Bitcoins?
Hoje em dia, só se adquire se alguém transferir para você ou comprando em corretoras de criptomoedas. Você compra da mesma forma que estivesse comprando dólar ou euro.
9. De onde vem o valor do Bitcoin? (minha opinião)
Especulação e eu não posso ser mais claro quanto a isso. Você quer dizer que é ruim? Não, quero dizer que é especulação. Acredito que BTC é um ativo extremamente especulativo mas que, a longo prazo, tem se mostrado um investimento que dá retornos consideráveis, de acordo com os dados.
Perceba que coloquei o gráfico com o histórico de preços. Nesse aspecto, minha opinião é irrelevante, sua opinião também é irrelevante. Esse histórico de preços é um fato e nada do que achemos, se é especulação ou não, vai mudá-lo.
A rede descentralizada e as transações p2p possuem um valor imenso, mas a ideia de BTC como moeda de troca, que é a ideia original, teria mais validade e utilidade se não precisássemos converter para USD ou BRL ou EUR, o que não é o caso. Enquanto nossas contas forem pagas em fiat, precisaremos converter BTC para fiat caso queiramos usá-lo para pagamentos.
10. O preço vai subir ou cair?
Ninguém sabe, mas há algumas previsões. É importante, mais uma vez, lembrar do caráter especulativo do preço. Quem investe hoje confia e tem, até certo ponto, esperança de que o preço vai subir.
Acabamos de atingir uma alta histórica. No último mês, o retorno BTC/BRL foi de ~43% (sim, quarenta e três por cento). Nos últimos três meses, 122%. No último ano, 350% (trezentos e cinquenta por cento). Mais uma vez, minha opinião aqui é irrelevante. São dados e fatos, e nada do que eu ache, se é especulação ou não, vai mudar isso.
Então é um jogo de sempre ganhar? Obviamente, não. Quem comprou em janeiro de 2018, na última alta histórica, perdeu até 80% do investimento inicial caso tenha vendido em antes de novembro de 2020. Há vários casos de pessoas que perderam todas as suas economias nesses crashs. Imagine você perdendo todas as suas economias e investimentos. Não seria legal. Como todo investimento, BTC requer muito cuidado.
11. BTC pode ser utilizada para evasão de divisas, lavagem e outras infrações da lei? (minha opinião)
Sim, obviamente.
"Se não existisse o Bitcoin, seria mais difícil evadir divisas" é uma sentença corriqueira. Quando as pessoas vêm com o argumento de que BTC é apenas utilizada para práticas ilícitas, no entanto, eu costumo perguntar como tais práticas eram realizadas antes do BTC surgir. Bitcoin não criou a lavagem de dinheiro nem a evasão de divisas, tampouco foi criada com esse propósito. O problema não é a tecnologia, é o criminoso.
Se temos que culpar BTC por "facilitar a evasão de divisas", deveríamos também culpar o provedor de internet, por providenciar o pacote de dados utilizado para que o infrator cometesse o delito? Deveríamos, também, culpar a Microsoft por ter criado o Windows instalado no computador utilizado para cometer o crime, assim facilitando a prática? Pegue a sentença inicial e substitua a palavra "Bitcoin" por "Internet": "Se não existisse internet, seria mais difícil evadir divisas".
Repito: o problema não é a tecnologia, é o criminoso.
12. A demanda por BTC tem aumentado?
Sim. PayPal agora permite aos usuários fazerem transações com Bitcoin, por exemplo. Outros fundos, como a MicroStrategy e GrayScale investiram bilhões de dólares em Bitcoin esse ano. Atualmente, Bitcoin tem sido comprada em um ritmo 3x maior do que novas Bitcoins tem sido "criadas" (veja meu post anterior sobre "criação" de Bitcoins).
13. Onde comprar no Brasil?
A forma mais prática é por corretoras. Você baixa o app da corretora e em segundos está com sua conta ativa. Os limites de compra, venda e saque dependem de cada corretora, e para cada operação há geralmente uma taxa. Corretoras brasileiras que estão no mercado são a Mercado Bitcoin, a FoxBit e a NovaDAX.
Essas corretoras que mencionei são as mais confiáveis. A Mercado Bitcoin está no mercado desde 2012. Veja no Reclame Aqui cada uma delas e escolha uma que seja melhor pra você.
Também é possível comprar de outras corretoras que não operam com sede no Brasil, como a Binance. No entanto, por não ter sede no Brasil, caso haja algum problema, como hackeamento da sua conta ou perda de fundos, você não está amparado legalmente para "lutar contra" a corretora, já que ela está em outro país e, portanto, fora da jurisdição brasileira. Assim, se for negociar, recomendo usar exchanges no Brasil.
Há algumas plataformas p2p (comprar direto de pessoa pra pessoa, que é a ideia original do BTC), mas eu as desconheço e nunca utilizei-as, por isso não vou listar aqui.
14. Como guardar meus fundos?
Há três formas, basicamente:
a. Deixando na corretora
A corretora cria uma carteira para você. É mais prático e, até certo ponto, pode ser seguro, mas daí a corretora funciona como seu banco e isso vai de encontro à ideia original do Satoshi, que é você ser seu próprio banco. Deixando seus ativos na corretora você não é o dono deles, você apenas tem acesso. É da mesma forma que deixar dinheiro no banco: você tem acesso e pode ser considerado dono de facto, mas a posse está com o banco. Assim, é o banco que decide como, se e quando os fundos podem ser movidos ou utilizados, podendo inclusive bloquear seu acesso em qualquer momento e por qualquer razão que o banco, e não você, ache plausível. Há casos de pessoas que tentaram acessar seus fundos em corretoras e não conseguem ou são bloqueadas da plataforma, especialmente quando o preço tem movimentos drásticos.
b. Criando sua própria carteira online (ou hot wallet, no linguajar da comunidade)
Você baixa um aplicativo no celular ou computador e cria sua própria carteira. O site Bitcoin.org indica quais as melhores e mais confiáveis carteiras. O processo é simples, não se engane: você baixa, configura e em poucos minutos já tem seu número de carteira e pode receber valores em Bitcoin. Nesse cenário, você compra da corretora e depois transfere para essa carteira que você gerou. A desvantagem é que, como a carteira está no seu smartphone ou computador (e, portanto, online), pode haver algum ataque hacker para roubar seus fundos, mas isso depende do quão seguro vocês esteja.
c. Guardando num pendrive específico, chamado de hardware wallet (ou cold wallet), e deixando os fundos offline
Nessa modalidade, você compra o pendrive, cria sua conta com o assistente de instalação e transfere os fundos da corretora para a conta criada. A vantagem é que os fundos estarão offline, portanto mais seguros.É a opção mais segura e indicada para quem tem um grande investimento. Aqui, mais do que qualquer outra opção, você realmente se torna seu banco. A "desvantagem" é que a responsabilidade é maior e é um processo um pouco mais trabalhoso do que os itens a. e b.
Os pendrives mais usados são os da Trezor, Ledger e ColdCard. A Trezor e a ColdCard possuem código aberto, enquanto que a Ledger possui código fechado. Todas são igualmente seguras, mas, se tivesse de escolher, ficaria com a ColdCard, apesar de ser a mais difícil de utilizar. A Ledger ainda vem com um aplicativo de celular que você usa para verificar o preço dos ativos em tempo real e contém o histórico de todas as transações.
A Ledger recentemente foi alvo de um ataque hacker que liberou dados pessoais da sua base de clientes (pessoas que compraram sua hardware wallet), como nome, endereço, telefone e afins. Apesar de ser gravíssimo, isso não afetou e nem afeta a segurança dos fundos guardados na sua Ledger.
15. Como segurar meus fundos?
a. Se deixar na corretora (o que eu não recomendo), ative a autenticação de dois fatores (2FA), palavra-passe e todo e qualquer sistema de proteção que a corretora oferece. Ative a 2FA também no email utilizado para criar a conta na corretora e escolha uma senha que você não usa em nenhum outro lugar. Desconfie de emails recebidos sem sua solicitação. É frequente receber emails como "sua conta na corretora X foi hackeada" ou "seus fundos foram bloqueados", e o email realmente parece ser da corretora. Nenhuma corretora nunca vai pedir sua senha nem nada do tipo. Isso é extremamente importante. Após escolher sua corretora, verifique a política de segurança e privacidade deles e tenha bastante cautela.O problema de deixar na corretora é que, se ela for hackeada (a corretora em si, e não sua conta em específico), não tem muito o que você possa fazer. O caso mais famoso é o da Mt. Gox, que perdeu 740.000 (setecentos e quarenta mil) Bitcoins em 2012-2013 e até hoje seus clientes lutam para tentar recuperar parte dos fundos.
b. Se criar uma hot wallet, você receberá, no momento da criação da conta, 24 palavras-chave. Essas palavras devem ser guardadas como se fossem seu bem mais precioso, 100% offline. Não tire foto com celular, não guarde em email, não guarde em bloco de notas ou arquivo de texto, enfim, 100% offline. Escreva num papel e não tire foto, não mande áudio, nada, absolutamente nada, em forma digital. Essas 24 palavras fazem parte de um conjunto de 2048 palavras utilizadas no algoritmo de criptografia que todas as carteiras utilizam, sejam elas cold ou hot, e, portanto, possuem todas as chaves de acesso aos seus fundos. Quem tem essas palavras, tem acesso a seus fundos e pode fazer o que quiser.
Estamos claros com relação às 24 palavras? Bom. Além delas, você poderá criar um PIN, que é uma senha numérica de 4-8 dígitos para ter acesso ao aplicativo, como se fosse a senha que você usa no seu banco. É o seu PIN que você vai usar quando quiser fazer transações e ter acesso imediato a seus fundos.
Perdi meu celular, e agora? Perdi acesso aos meus fundos?
Não. Você instala o app da carteira em outro celular e/ou computador e usa as 24 palavras para restaurar sua conta. Elas só devem ser utilizadas nesse cenário de recuperação e só devem ser entradas no aplicativo diretamente. Percebeu como essas palavras são importantes? Cuide bem delas.
Você pode receber emails solicitando essas palavras e afins, mas apenas ignore-os. É incrível a quantidade de gente que cai nesse tipo de golpe. Sério.
c. Se for usar uma cold wallet/pendrive, o processo é o mesmo que no item b. Você receberá as 24 palavras, as quais só devem ser entradas diretamente no pendrive em um cenário de recuperação de conta, e escolherá um PIN. No pendrive, todas as suas chaves estão offline, então qualquer transação que você queira realizar necessita que você conecte o pendrive no computador ou celular, abra o app da carteira (que vem com o pendrive) e aprove as transações direto no pendrive (que vem com um visotela e alguns botões). É a opção mais trabalhosa, mas é a mais segura. Obviamente, nunca deixe as 24 palavras escritas junto com seu pendrive.
Com o hack da Ledger, várias pessoas que compraram um pendrive desses têm recebido emails de golpes, dizendo que os fundos estão comprometidos e solicitando para entrar as 24 palavras em um link contido no email, e têm caído nesse golpe (só pesquisar no Google).
Eu não posso ser mais categórico quanto a essas 24 palavras: não guarde-as em formato digital e não entre-as em nenhum outro lugar que não o device/aplicativo original, apenas num cenário de recuperação de contas.
16. Conclusão
BTC é o ativo que mais deu retorno dem 2020. Coincidentemente, também é o ativo que mais deu retorno ao longo da história humana. Comprar Bitcoins é fácil no Brasil, por meio de corretoras, e você tem várias opções sobre como guardar e proteger seus fundos. Existem várias outras criptomoedas, mas BTC foi a primeira e é a que detém mais de 70% da capitalização de mercado de todas as cripto existentes (no momento em que escrevo). O market cap é de mais de 500 bilhões de dólares e já superou Visa e JPMorgan.
A curto prazo, é um ativo volátil. A longo prazo, tem mostrado um retorno que nenhum outro ativo, incluindo ouro, proporcionou. Grandes instituições estão comprando a um ritmo desenfreado, e algumas previsões indicam que, no futuro, pode chegar a mais de 100k USD por Bitcoin (ver item 10).
Como todo investimento, só invista o que você pode perder. As pessoas que fazem trade geralmente saem perdendo. BTC é um ativo que é para ser adquirido e mantido por 5-10 anos. Por fim, esta série foi introdutória. Vou ficar postando notícias relevantes sobre BTC e afins já que agora estou no sub, e estou à disposição para dúvidas e afins.
Um abraço a todos e um Feliz Ano Novo adiantado!
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Comentários interessantes dos posts anteriores:
FallRB: "Eu discordo do primeiro ponto apesar de realmente ser opinião de cada um, eu não vejo diferença de onde vem o valor do bitcoin ou qualquer outra moeda ou metais preciosos como ouro. Vem da confiança: confiança que o sistema do bitcoin vai continuar funcionando e vai ser aceito no futuro pra que seja possível usar o bitcoin comprado hoje.
Muito semelhante ao ouro por ser descentralizado mas divergindo nas formas de uso e aceitação, e assim no que é preciso ter confiança pra agregar o valor. Já as moedas centrais que são emitidas em cada país requerem confiança no governo que as emitem.
Eu acho estranho chamar bitcoin de ativo especulativo e não todas as moedas usadas no mundo. Vc "especula" com bitcoin da mesma forma que vc especula com todos os reais que possui, acreditando que vão poder ser aceitos no futuro e não vão perder seu valor por completo"
guitcastro: "Pessoal perde a parte mais importante da bitcoin, é uma moeda que não é controlada por governo ou ninguém. Não é possível imprimir dinheiro. Imagina uma moeda sem inflação? Venezuela e Argentina aumentaram consideravelmente o uso de bitcoin diante do cenário econômico lá. Não vai demorar muito para o mesmo acontecer no Brasil..."
arretadodapeste: "Também não dá pra mandar email pro [[email protected]](mailto:[email protected]) quando hackeiam sua conta e levam todo seu dinheiro. Descentralização envolve riscos enormes também, não é apenas vantagem. Além disso, não ter um agente de controle significa que o uso irregular também não é controlado. A quantidade de baleias manipulando o mercado (vide tether) é muito maior que qualquer bolsa de valores."
alexa_ivy: "Acho legal ressaltar que, para coisas mais técnicas de criptomoedas no geral, a Binance tem a plataforma da Binance Academy, tem vários conteúdos desde o básico até o avançado. Quem sabe inglês tem mais conteúdo ainda. Lá tem de tudo, desde segurança até coisas de análise técnica de gráficos. Acho bem legal pra quem quer começar. Na Binance Research tem tipo uma ficha de cada cripto listado na plataforma, pra você saber mais dos projetos de forma um pouco menos técnica e sem ler os white papers"
Cuetzalcoatl: "Uma dica para quem ainda não tem dinheiro para investir em uma hardware wallet, mas quer a segurança de uma cold wallet, é criar uma paper wallet. Eu usei por muitos anos, mas a operação exige cuidados:
Separe um computador que não se conectará na internet. Pode ser um computador antigo, usado, comprado na OLX e formatado, ou qualquer computador desktop que você tinha na infância e não usa mais. (É POSSÍVEL USAR MEU PRINCIPAL? É. Mas não é tão seguro. Basta fazer as operações em modo avião e ter certeza que o computador está limpo)
1 - Baixe (sim, FAÇA O DOWNLOAD DA PÁGINA) https://www.bitaddress.org/
2 - tenha certeza que o computador está desconectado da internet e, de preferência, não se conectará mais a internet.
3 - gere as carteiras conforme indicações no próprio user interface. Se quiser adicionar uma senha (BIP39) melhor ainda. Essa opção está na aba “paper wallet” depois que você atingir entropia criptográfica - mexendo o mouse ou digitando aleatoriamente na caixa.
4 - imprima as carteiras usando uma impressora própria ou da família que você confia que ninguém terá acesso (paranoia, mas melhor que se descuidar)
5 - NUNCA guarde cópias PDF ou digitais. Apenas os papéis. tenha cuidado. Plastifique. Guarde-os em locais secos e seguros. Trate-os como trataria um valor substancial em dinheiro que guardarias em casa.
6 - para enviar bitcoins, basta usar o endereço ou o QR code público. Nunca mostre o QR code secreto para ninguém e não o movimente perto de câmeras (eu costumava numerar cada papel em ambos os lados e cortar ao meio, deixando a carteira pública em minha carteira de bolso, e a secreta em um cofre)
7 - para retirar bitcoins, o modo mais fácil (mas menos seguro do ponto de vista de uma pessoa paranoica) é usar um aplicativo que lê carteiras em QR code e permite “ler” chaves secretas/privadas. Eu costumava usar o app da Blockchain mesmo. Existe uma técnica avançada que eu usava uns anos atrás de assinar minha transação off-line e apenas transmitir o hash de transação, mas essa é uma solução avançada e requer mais estudo técnico. Posso ajudar se alguém quiser aprender.
8 - seje feliz"
submitted by reddito321 to investimentos [link] [comments]

Pós-realidade

Um ensaio experimental sobre o conceito de kayfabe e a confusão entre realidade e ficção.
Quanto mais eu observo o atual contexto político, mais eu penso na obra do filósofo francês Guy Debord, A sociedade do espetáculo (1967). A pós-realidade não é sobre a imagem se tornando mais importante que o real, e sim sobre a impossibilidade de distinguir o real da imagem. Não é só fake, é deepfake. Engana mesmo os melhores checadores de fatos. Mesmo que exilássemos todos os anunciadores da pós-realidade em outro planeta, isso não nos reconectaria com a realidade. O problema é maior que eles. Será que a reconexão ainda é possível? Sim, esse é mais um daqueles textos. Este ensaio foi inspirado pelo vídeo Kanye and The End of Reality, do canal Wisecrack.
No século XX, nós aprendemos a questionar a mídia e isso foi ótimo. Mas ao mesmo tempo talvez tenhamos inviabilizado o senso de realidade. Como? Aceitando sem questionar a internet como ferramenta para questionar tudo. Acreditando que ela era confiável porque era criada por nós mesmos, que bastava cada um cuidar do seu próprio filtro. Era uma aposta do tipo tudo ou nada, nós apostamos na internet porque ela parecia nos dar esse poder. E nós perdemos.
Nós perdemos porque, esse tempo todo, a grande mídia estava moldando a internet sem que soubéssemos, e coletando informações de valor inestimável sobre como nós pensamos. Os especialistas em manipulação de massas não permaneceram nos velhos meios de comunicação. Eles vieram para a internet junto com a gente, e eles começaram a observar e anotar e a fazer experimentos. E descobriram que, embora a lógica seja diferente, as possibilidades são incríveis. E eles aprenderam a usar, como aprenderam. Neste ponto eu recomendo bastante as reflexões de Bruno Torturra e concordo com ele que a internet deve ser compreendida como ciberespaço. Meu argumento, infelizmente, é que esse espaço se encontra definitivamente dominado.
Quando se trata de globalizar narrativas, ninguém supera os Estados Unidos. De lá se espalham quase todas as ideias que dominam o mundo, e principalmente o Brasil. Os EUA detém um monopólio cultural global sobre nós. Praticamente tudo que conhecemos geralmente passa pelos EUA antes de chegar até nós, até mesmo a crítica ao capitalismo e ao imperialismo.
Há uma cultura popular nos EUA que pode nos ajudar a compreender a pós-realidade: o WWE ou luta livre profissional. Todo mundo sabe que essas lutas são coreografadas, os lutadores seguem um script e fingem ser inimigos dentro e fora do ringue, quando na verdade são parceiros de atuação. O termo em inglês para esse segredo aberto é kayfabe. A emoção da luta é assistir um drama entre o bem e o mal que foi criado para parecer espontâneo. Quebrar o kayfabe é moralmente condenável. O kayfabe vai além da suspensão da descrença que ocorre nos truques de mágica. Não é apenas um estado lúdico em que o público acredita temporariamente no que está vendo, até acabar o show. É uma filosofia sobre a verdade daquilo que os indivíduos SENTEM. Mais do que acreditar sem prova, é a certeza de que não é possível provar nada. A verdade não é acessada senão por meio do espetáculo, ou seja, ela não passa de uma narrativa vencedora.
Se falar sobre o kayfabe na luta livre é um tabu, imagine na política. E ainda assim, todo mundo sabe que acontece. E sabe quem é muito fã de WWE?
https://youtu.be/QkHqCEu9ogs
Trump não é o primeiro presidente a fazer algo do tipo. Não se esqueça que Ronald Reagan, o pai do neoliberalismo americano, era estrela de Hollywood. Mas Trump vai ser lembrado como o político que se elegeu na base do kayfabe.
No Brasil nós temos o nosso Trump, não é? E por que acreditamos tanto nele? Seus defensores e opositores parecem cair como patinhos em tudo que ele diz, pois tratam tudo como se fosse sério.
Segundo Adam Curtis, em seu documentário HyperNormalisation (2016), a esquerda fugiu da política real e foi para o campo do virtual, onde ela pode viver a cômoda ilusão de lutar pela democracia por meio da internet. As peças desse quebra-cabeça não se encaixam facilmente, mas eu vou tentar entender como isso aconteceu.

A culpa é das estrelas

Esta é uma história de como a política se tornou WWE e mesmo a esquerda passou a fazer política de kayfabe, ou seja, fingir que ficções são reais e encenar conflitos que não existem visando apenas o espetáculo.
O primeiro personagem dessa história é o movimento Anonymous. Ele cresceu da ideia de que a anonimidade uniria as pessoas numa inteligência coletiva, e essa inteligência teria o poder de desafiar governos. A ideia de que um grupo de nerds seria o terror da classe dominante fazendo ativismo pela internet pode parecer ridícula quando dita assim, mas foi levada a sério por muita gente. Esse fenômeno é basicamente um produto de uma cultura propagada por Hollywood, em filmes como The Matrix e V de Vingança, produzidos e roteirizados pelas Wachowski. Estes produtos de entretenimento se apropriaram de uma mensagem política radical para justificar um discurso não tão político nem tão radical assim: a luta contra a “corrupção”.
Quantas vezes você já viu uma referência a tomar a pílula vermelha? Essa é uma metáfora para descobrir uma verdade sobre o mundo, mas diferentes grupos interpretam essa verdade de modos diferentes. Para o Movimento pelos Direitos dos Homens, tomar a pílula vermelha significa perceber que o mundo está dominado pelo feminismo, e que os homens são ainda mais oprimidos do que as mulheres. Trata-se de um movimento de reação ao feminismo que existe desde os anos 70 nos EUA, e que ganhou nova força na internet na última década.
As Wachowski são duas mulheres trans, nerds, fãs de Dungeons & Dragons, videogames, quadrinhos e animes. Lana fez a transição em 2012 e Lilly em 2016. Em 2010, estavam gravando no Iraque com Jesse Ventura, lutador de WWE aposentado, ator e ex-governador de Minnesota pelo Partido Reformista, uma espécie de “centro” da política americana, que agrega conservadores e liberais. Não que as Wachowski defendam essa visão política. Essa é apenas uma “estranha coincidência”.
Vamos falar também de Jacque Fresco, um futurista autodidata que trabalhou com design industrial em Hollywood e sonhou transformar a sociedade por meio de seu projeto de engenharia social, o Projeto Vênus. Se tornou conhecido depois que Peter Joseph, um cineasta também desconhecido na época, viralizou nas redes com seu documentário Zeitgeist, dando início a um movimento que, segundo o próprio Peter, é uma alternativa tanto ao capitalismo quanto ao socialismo. Fresco participou do movimento mas se decepcionou com ele. Tentou, sem sucesso, patentear o conceito de “economia baseada em recursos”, usado também por Peter Joseph. Suas referências vem da tecnocracia, um movimento que foi popular nos EUA e no Canada nos anos 30. Fresco diz ter sido expulso de um grupo comunista por discordar de Marx, além de ter participado de um evento do Ku Klux Klan para “mudar suas ideias sobre raça” com uma palestra na qual empregava técnicas de engenharia social. Ele exibiu um vídeo sobre como ensinou um porco a limpar a própria jaula. Isso, segundo ele, era pra convencer os supremacistas a deixarem de ser racistas. Suas ideias são levadas a sério por uma legião de seguidores.
O último personagem dessa história é o ciberativista australiano Julian Assange e seu WikiLeaks. Considerado um herói da luta contra o governo, ele é um defensor do liberalismo que já foi premiado pela revista The Economist. O que essas pessoas tem em comum? Cada uma ao seu modo colaborou com a criação de uma cultura imune à realidade.
A filosofia de Assange está centrada no conceito de conspiração. Sua estratégia política para atacar a corrupção dos governos consistia não em expor irregularidades, mas em criar uma cultura do “vazamento” que, segundo ele, acabaria por fim com a própria possibilidade da conspiração. O ponto não era apoiar pautas políticas específicas. Segundo Assange, isso seria cortar uma cabeça da hidra de cada vez, o que não funciona porque crescem mais duas no lugar. O ponto era tornar inviável o sistema de informação conspiratório, tornando os conspiradores tão paranoicos que seriam obrigados a parar de conspirar.
O que conecta nossas quatro personagens é justamente a substituição da ideia de luta política pela teoria da conspiração: sair da matrix. A luta de classes é substituída pela disputa de narrativas, que Marx de certo modo já criticava nas suas teses contra Feuerbach. Nessa ciberguerra, a polícia do pensamento, instalada por “think tanks”, opera ocupações do espaço mental. A arma mais eficiente para isso é o apelo ao desejo individual. É por isso que eles precisam dos seus dados. Eles precisam saber quem você é. E você concede isso para poder participar das redes sociais e fazer seu ativismo contra eles também.
Assim como Anonymous e WikiLeaks, o Projeto Vênus considera a política como um entrave, um meio ineficaz de mudar as coisas. A culpa é do dinheiro, que limita o potencial das soluções técnicas e científicas para os problemas humanos. O WikiLeaks se sustenta no sonho de mudar as regras do jogo pelo acesso científico à informação. O Projeto Vênus, na mitologia do progresso científico que finalmente criará a civilização e dará acesso a tudo: tudo será de graça e tudo será para todos.
O sonho de Assange é um mundo em que os governos não vão mais poder oprimir as pessoas porque os vazamentos não permitirão que conspirem ou escondam seus planos. Mas ao fazer isso, ele ajudou a deslegitimar toda forma de organização política. O acesso à informação não tem potencial político em si. O inimigo nunca foi a “corrupção” ou “falta de transparência” ou a “imprecisão da informação”. A consequência de uma cultura de vazamentos não é o fim da corrupção, mas o fim da política. Os vazamentos não precisam ser contidos para se manter o poder, eles podem ser usados de modo ainda mais eficiente para manter o poder nas mãos “certas”. É o caso da estratégia de firehousing, que consiste não em segurar a informação, mas em tornar os fatos irrelevantes inundando as pessoas com excesso de informação. A cultura dos vazamentos, ao erodir a confiança das pessoas em tudo que era sólido, incluindo as instituições que nos davam acesso à informação, abriu espaço para o avanço da pós-realidade.
De modo semelhante, o sonho de Fresco era acabar com os problemas sociais tornando tudo acessível a todos por meio da abundância de uma produção automatizada. A resposta da classe dominante são bilionários criando um capitalismo de renda básica nos países desenvolvidos, celebrando o trabalho criativo e a urbanidade sustentável, enquanto compram bunkers pra sobreviverem ao iminente colapso global. O empreendedorismo vem no mesmo pacote que a precariedade do trabalho. Entregadores de comida que permanecerão trabalhando e sem dinheiro para comprar uma casa pelo resto de suas vidas. E acho que não preciso falar nada sobre a pessoa que “envia amor” para os indígenas sendo massacrados no Brasil e se irrita quando recebe uma resposta como: “Suas preces são bem-vindas, mas o que precisamos mesmo é de ação política”, porque acha que já está fazendo sua parte ao divulgar fatos nas redes sociais.

O fim da história

Não estou apontando inimigos. Estas são as vítimas, como fãs de um WWE onde as pessoas são roubadas pelos mesmos lutadores que veneram, gritando o nome deles com uma paixão e sinceridade emocionantes, capazes de chorar copiosamente se por acaso o seu lutador favorito estiver no chão, aparentemente derrotado. Os hackers heróis, os YouTubers que nos tiram da matrix e os criadores de memes políticos estão todos do lado de dentro do ringue. É uma performance interativa, as pessoas que assistem podem entrar no ringue e interagir com os lutadores a qualquer momento. O que acontece no ciberespaço não mais atinge o espaço público, porque o ciberespaço substituiu o espaço público. A história se tornou fenômeno cibernético.
A internet é a nova Igreja Católica. E não precisamos de um novo Lutero, não precisamos de uma reforma nem de teses expondo como os inimigos da internet estão sentados no trono da internet. A sociedade não deveria depender do resultado da luta na arena central para poder se mobilizar. A internet abriga de fato manifestações de conflitos políticos concretos, mas ela também está lotada de confrontos meramente espetaculares. E o ponto principal é o seguinte: você não tem como saber qual é qual a não ser que tenha acesso a uma fonte FORA DA INTERNET. O segundo ponto é: como você acessa algo “fora” da internet numa cibercultura que define tudo que pode ser considerado real?
Numa cibercultura que cresce até se confundir com a cultura humana, como distinguir entre um fenômeno de internet e um fenômeno social? Não há mais distinção, porque a realidade está em extinção. A realidade é uma construção social. Sem política não há sociedade, e sem sociedade não há realidade. O sociólogo Ulrich Beck fala sobre como a modernidade reflexiva reinventa a política como uma subpolítica, matando-a e trazendo-a de volta à vida num formato individualista. Não é só que a confusão entre o que é real ou não complica a política, o fim da política também relativiza a realidade a ponto de dissolvê-la. Isso é pior que o autoritarismo ou a inversão ideológica da realidade. O fluxo acelerado de inversão e reinversão torna tudo confuso, arriscado e sem sentido.
Não estou dizendo que você deveria boicotar a internet. Eu admito, como um viciado consciente, que eu pessoalmente não vou parar. Eu tenho que manter o kayfabe. Tenho que torcer por esses lutadores-atores, porque essa é a arte que me resta. A outra opção é morrer de excesso de verdade. O kayfabe me mantém vivo.
Este é um ensaio experimental porque eu o escrevi para ver o quão longe eu poderia ir com o conceito de kayfabe. Acho que aqui é longe o bastante, podemos voltar para a realidade. Mas voltar pra qual realidade? O que estou fazendo, senão disputa de narrativas? Essa luta também não é coreografada? Sabemos que o bem vai vencer no final, sabemos que é assim que a narrativa funciona, conhecemos a estrutura da jornada do herói. Tudo parece perdido, então surge uma luz. Se o autor do texto não der essa luz até o final, é somente um texto incompleto. A narrativa NÃO PODE terminar com uma derrota definitiva, ou pode? Tal pessimismo é paralisante, desmobilizador, apolítico e não produz um bom espetáculo. Se eu não der uma solução, eu vou ser só um hipócrita… Ninguém quer ver esse filme chato de novo. Se eu der uma solução, vai ser somente para seguir o script, avançar minha narrativa e providenciar um bom show.
Qual será o desfecho escolhido? Que tropo vamos escolher para terminar essa narrativa? Dizer que a educação vai nos salvar? As novas gerações? Pessoas melhores na política? As novas tecnologias? Que mentira você prefere? Qual a tendência esse ano, o que tá na moda defender? Pode ser um remake do bom e velho marxismo? Talvez mais uma tentativa de um anarquismo que funcione? Independente do que seja, você sabe a verdade. Você não quer olhar pra ela, mas sabe. Manter o kayfabe.

O que foi a realidade?

A questão não é como voltar ao real, mas entender o que foi a realidade. A realidade tem condições muito especiais, e surpreendentemente frágeis. Ela depende de critério, fonte e confiança. O avanço da cibercultura destrói permanentemente essas três condições. O critério, como a autoridade, vinha da tradição e a da religião. Mas ainda somos muito religiosos e tradicionalistas, certo? Bem, não exatamente. O detalhe sobre o critério de realidade é que ele não pode ser imposto, mas não pode ser individual. Ele precisa ser coletivo porém espontâneo, orgânico, naturalmente consensual. Se temos que debater demais sobre o critério do critério, se não temos uma instância superior aos indivíduos que estão argumentando para definir permanentemente os casos duvidosos de modo que ambos concordem ou respeitem, basicamente perdemos acesso ao critério. E hoje, praticamente tudo é debatível. Construímos critérios coletivos só em comunidades fechadas, o que significa dizer que não o temos de fato, ele não é mais um porto seguro que nos acompanha pela vida inteira, e isso apenas eleva nossa ansiedade.
A fonte se perdeu porque estamos alienados de nossa sensualidade. As pessoas podem passar uma vida inteira alternando entre três espaços confinados: o apartamento, o carro e o trabalho. Elas não tem condições nem tempo de ir conhecer pessoalmente os fenômenos sobre o quais conversam no cotidiano. Se fossem falar somente sobre o que conhecem experiencialmente, seria uma conversa entediante. É por isso que vão falar sobre outros planetas, sobre super-heróis, sobre videogames, sobre fantasias. Quanto mais alienado da natureza, mais alto você precisa sonhar para se sentir vivo e ter algo interessante para compartilhar com outros. A fonte, a coisa em si, seria a matéria-prima da produção de critérios comuns. Mas, sem acesso comum às fontes, só nos resta confiar em relatos.
A erosão da confiança é um fenômeno já bastante documentado na sociologia. As bases de nossa confiança estavam todas soldadas a instituições que, na modernidade, começam inevitavelmente a falir. A família, por exemplo, se torna lugar de suspeita assim que o feminismo ganha espaço (e ele precisa ganhar espaço, não me entenda mal), justamente porque ela tinha uma base patriarcal. Tentamos reconfigurar a família, reabilitá-la como espaço de amor e confiança, apenas para descobrir outros conflitos, como o conflito geracional. Mesmo famílias que desafiam os padrões patriarcais podem ser tóxicas e abusivas. Descobrimos que a esquerda, antes um lugar seguro para críticos da sociedade capitalista, sempre esteve infestada de esquerdo-machos e racistas. A cibercultura ajudou a revelar que mesmo seus amigos, a família que você escolheu, não são tão confiáveis, não estão lá quando você precisa porque também estão em depressão, ansiosos, ocupados, isolados pelas camadas de bolhas sobre bolhas cujas paredes se engessam com o tempo. Seus amigos viram seus haters. Até uma transa casual ou uma interação frívola se torna um acontecimento complicado demais. Cheio de burocracia, missão, corre, canseira…
Se a exigências da vida moderna, e mais recentemente a ameaça de colapso global e fortalecimento de ideologias fascistas, transforma amigos em inimigos e parceiros em competidores, quem ainda tem tempo pra ouvir o que um estranho tem a dizer? Ele pode ser um minion, ou mesmo um discurso bonito pode estar beneficiando o fascismo se não for preciso. Do mesmo modo que a vida em metrópoles lotadas de pessoas morando na rua erode nossa empatia porque é impossível viver se preocupando com a vida de alguém e dando moedas de 10 em 10 minutos, a vida na cibercultura erode nossa compaixão interpretativa, porque é impossível viver preocupado em compreender o que comentadores diversos estão querendo dizer, exigindo 5 centavos da sua atenção de 10 em 10 segundos.
O ciberespaço cria, por sua própria estrutura, um resguardo natural da disposição de conhecer ideias novas, ao mesmo tempo em que nos dá acesso sem precedentes a elas, por mais paradoxal que pareça. A ansiedade do excesso de opções, como nota Zizek, afeta nossas escolhas de consumo, as relações humanas e a troca de ideias. Onde antes você era forçada a casar com um modo de pensamento pelo resto da vida, agora você é forçada a ter um relacionamento aberto com diversas ideias ao mesmo tempo. Mas relacionamentos abertos podem ser abusivos de modos totalmente novos, o que pega você de surpresa e machuca muito mais que a velha monogamia, porque machuca de um modo que você não esperava e não estava preparada. Por isso a geração nascida depois da virada do milênio está reinventando o conservadorismo. Não são simples vítimas de manipuladores muito eficazes. O ambiente virtual também colaborou com isso, o que significa que, sim, a internet em si tem uma parcela de culpa, não somente o uso que se fez dela.
Quando havia realidade, mesmo num conceito idealista como em Platão, ainda era possível sair da caverna. Era difícil, inicialmente seus olhos iriam doer e você ficaria um tempo atordoado até voltar a enxergar, mas tudo isso valeria a pena porque no final você poderia ter CERTEZA de que está olhando para algo REAL. Na pós-realidade, não comemoramos mais esse momento, porque nunca saímos de fato da caverna, só entramos num outro nível dela. Sabemos que logo virá outra revelação bombástica, nos veremos em outra caverna da qual precisamos sair, que será somente mais uma camada de uma cebola infinita. Todo dia é uma pílula vermelha nova pra engolir, já não tem mais graça nenhuma sair da matrix dentro da matrix dentro da matrix dentro da matrix… A única saída desse tormento é eleger uma ideia, colocá-la num pedestal, pausar a criticidade e defender essa ideia com unhas e dentes, porque se você tiver que sair da caverna de novo, quem sabe onde isso vai parar?
Nossa produção cultural reflete isso: a metalinguagem cínica, autoconsciente de sua futilidade, refletindo infinitamente como um espelho em frente ao espelho, produzindo uma vertigem acelerada, uma náusea absurdista. Todo dia isso maluco, sai fora. E como um rato sendo esmagado por uma cobra, nosso único conforto é nosso próprio devorador: nós nos confortamos com os memes que nos destroem de dentro pra fora, porque são eles que vão estar todo dia renovando nossa fé na humanidade, apenas para destruí-la de novo no momento seguinte. Pesquise sobre técnicas de tortura psicológica e você verá que a internet aplica muitas dessas técnicas pela sua própria estrutura. Dizer e desdizer e redizer e redesdizer deixa qualquer um maluco.
Rir de nervoso e passar a noite em claro assistindo cenas de vergonha alheia que induzem ao coma… São sintomas de que nós entendemos nosso fracasso como sociedade. Estamos lutando para manter o kayfabe e ao mesmo tempo a sanidade. Enlouquecendo pra poder sobreviver. Se matando aos poucos pra não enlouquecer de vez. Precisamos do kayfabe para viver, porque na cibercultura a quebra do kayfabe é sair do jogo, é o fim da linha. Se acaba o espetáculo que simplifica a vida e torna ela vivível, acaba a vida, porque a vida agora é espetáculo e o espetáculo é o único caminho para a vida.
A realidade acaba quando desistimos de entendê-la. Enquanto sociedade, será que ainda estamos tentando entender alguma coisa? Embarcamos num mundo pós-real, o único que uma sociedade informacional de complexidade crescente permite entender, o único no qual nós podemos cognitivamente viver. Então é isso, estamos na pós-realidade. O que fazemos agora?
Não me pergunte, eu estou aqui só pelo show. Pode parar de ler agora.
Quando os donos do show conseguem fazer com que você pague o ingresso pra assistir e participar da incrível luta entre a narrativa A e a narrativa B, significa que eles venceram. Entre sem pagar. Subverta a luta. Roube o show e depois acabe com ele.
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Urna Eletrônica

Olá. Assistam ao vídeo (https://www.youtube.com/watch?v=LkH2r-sNjQs) para podermos discutir.
Depois vão ao site do TSE, e leiam sobre a segurança da urna: https://www.tse.jus.beleicoes/urna-eletronica/seguranca-da-urna
Alguns pontos chamam atenção:
1- Na parte de criptografia (/criptografia), transcrevo: " O Tribunal Superior Eleitoral usa algoritmos proprietários de cifração simétrica e assimétrica, de conhecimento exclusivo do TSE."
Segurança por obscuridade não é boa prática (http://www.lsi.usp.b~penasio/trabalhos/PSI5006-3286381-5223770-3-V4.pdf, https://pt.wikipedia.org/wiki/Seguran%C3%A7a_por_obscurantismo).
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2- Código Fonte (/apresentacao-dos-codigos-fonte): aberto somente à OAB, partidos políticos e Ministério Público, somente 180 dias antes da eleição, em uma cerimônia, em local restrito: TSE, em Brasília.
Quase todas as maiores empresas de tecnologia incentivam de forma pública, e remuneram quem reporte falhas de segurança em seus softwares. (https://www.facebook.com/whitehat, https://www.google.com/about/appsecurity/reward-program/,
https://www.microsoft.com/en-us/msrc/bounty, por exemplo).
São empresas gigantes, com os maiores cérebros da área, e mesmo assim, todos os meses são descobertas e reportadas falhas de segurança em virtualmente todos os seus sistemas (Chrome, Android, Windows, Edge...). Exemplos recentes de 2 brasileiros que ganharam dezenas de milhares de dólares recentemente: https://www.tecmundo.com.bseguranca/150800-hacker-brasileiro-encontra-falha-facebook-ganha-us-10-mil.htm,
https://medium.com/@alonnsoandres/25k-instagram-almost-xss-filter-link-facebook-bug-bounty-798b10c13b83).
Existem inclusive plataformas especializadas em oferecer, para as empresas, espaços de testes de segurança de seus produtos. Qualquer um pode se cadastrar e começar a ganhar dinheiro descobrindo falhas (https://www.hackerone.com/).
Novamente, vemos no TSE uma tendência a optar pela segurança por obscuridade.
Por que não abrir o código fonte para todo cidadão brasileiro e profissionais de segurança analisarem pelo tempo que quiserem sem ter que ir até Brasília? Quanto mais pessoas e especialistas analisarem, maior a chance de se descobrirem novas falhas. Por que também não oferecer recompensa financeira para incentivar ainda mais como é prática na indústria?
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3- Sistema Operacional (/modelos-de-urna-eletronica): As duas primeiras versões utilizavam o VirtuOS, similar ao MS-DOS e desenvolvido por uma empresa brasileira chamada Microbase.
Segue comentário do estudo feito pela UNICAMP em 2002 sobre as urnas, disponível no site do TSE (Item 4.6, página 30: https://www.tse.jus.beleicoes/urna-eletronica/seguranca-da-urna/relatorio-da-unicamp-urnas-eletronicas):
"O fato da UE não se basear integralmente em um sistema operacional idêntico a um disponível no mercado pode gerar dúvidas quanto à segurança e não é uma prática recomendável."
Novamente, obscuridade. Mas tudo bem, o sistema já mudou.
Os modelos UE2002, UE2004 e UE2006, rodavam Windows CE. Feito pela Microsoft, para sistemas embarcados.
Notem que a Microsoft só passou a liberar todo o código fonte do sistema em 2006, a partir da versão do Windows CE 2006 (https://www.infoworld.com/article/2634197/win-ce-6-0-ships-with-source-code.html).
Ou seja, as urnas de 2002 e 2004 utilizavam sistema operacional de código parcialmente fechado.
Qual o problema do código fechado? Não consegue-se ver como o programa realmente funciona. Confiamos na palavra do fornecedor. Nesse caso, a Microsoft.
Sabe-se da estreita, e muitas vezes não voluntária, mas real, relação das empresas de tecnologia dos EUA com sua Agência de Segurança Nacional (NSA).
O governo americano força as empresas a compartilharem informações privadas de seus usuários através de mandatos judiciais que proíbem o aviso a seus clientes da existência de tais mandatos (https://en.wikipedia.org/wiki/Warrant_canary).
A NSA trabalha ativamente para inserir falhas nos protocolos de criptografia adotados pela indústria (https://www.wired.com/2013/09/nsa-backdoo), e possui histórico especial com a Microsoft (https://en.wikipedia.org/wiki/NSAKEY,
https://www.theguardian.com/world/2013/jul/11/microsoft-nsa-collaboration-user-data).
Mas tudo bem, já passou. Agora as urnas provavelmente utilizam Linux (a última informação no site do TSE refere-se ao modelo de 2008, mas creio que continue até hoje).
É o menos pior, mas também precisa ser atualizado constantemente pois novas falhas são sempre descobertas e corrigidas ("https://resources.whitesourcesoftware.com/blog-whitesource/top-10-linux-kernel-vulnerabilities").
E a NSA não necessariamente está totalmente de fora também (https://www.quora.com/Does-the-NSA-have-a-backdoor-to-Linux).
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4- Teste público de segurança (/teste-publico-de-seguranca-2019):
Mais uma vez, em Brasília, limitado à 25 participantes, inscrição extremamente burocrática, muitas etapas proibidas de serem auditadas:
( "Não serão objetos do TPS os seguintes sistemas, ambientes, procedimentos e elementos abaixo relacionados: I - identificação e verificação biométrica do eleitor; II - preparação e infraestrutura para o Kit JE Connect; III - processamento dos arquivos de urna (fase posterior às fases de transmissão e de recebimento dos arquivos gerados pela urna eletrônica após o encerramento da votação na seção..."
Para ver todos os itens ler a Pág. 2, § 2º : https://www.justicaeleitoral.jus.btps/arquivos/tps-edital-testes-seguranca-2019-atualizado-25-9-2019.pdf).
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5- Nota-se a ausência de ênfase no site do TSE sobre o processo de transmissão dos votos, e a segurança do sistema central de apuração.
Na auditoria da UNICAMP realizada em 2002, no item 4.15, há alguns detalhes.(https://www.justicaeleitoral.jus.barquivos/relatorio-final-de-avaliacao-do-sistema-informatizado-das-eleicoes/rybena_pdf?file=https://www.justicaeleitoral.jus.barquivos/relatorio-final-de-avaliacao-do-sistema-informatizado-das-eleicoes/at_download/file).
Apesar da transmissão ocorrer por rede privada, isolada da Internet, a encriptação dos dados é necessária para o caso de haver alguma interceptação (https://pt.wikipedia.org/wiki/Ataque_man-in-the-middle).
Pelo arquivo da UNICAMP acima, a encriptação PGP é realizada antes da transmissão.
Porém a implementação específica é omitida. E isso é extremamente importante, pois mesmo que os protocolos criptográficos sejam matematicamente seguros, é comum que sua implementação em software seja defeituosa e permita ataques (Exemplo de implementação errada em clientes de email Apple Mail, Outlook e Thunderbird : https://www.wired.co.uk/article/efail-pgp-vulnerability-outlook-thunderbird-smime).
Novamente, o eleitor no escuro.
Essa seria a etapa mais crítica. Adulterar a transmissão ou o computador central de apuração possibilitaria alterar os votos do país todo, ou de grandes regiões, com somente um ataque.
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Comentários adicionais
1- Impossibilidade de Recontagem:
Importante destacar que todo sistema eleitoral tem falhas.
As eleições com voto exclusivo em papel frequentemente são questionadas, e recontagens efetuadas, com resultados diferentes dos iniciais.
A deficiência de um sistema puramente eletrônico é que se houver fraude, seria muito difícil de ser detectado.
Eleições em papel exigem pessoas reais contando, com observadores presentes. Adulterações, surgimento de novos pacotes de votos, pacotes jogados no lixo, tudo é real, palpável. Pode ser filmado, detectado.
A fraude eletrônica não. É virtual. Quem vê? Talvez algum protocolo de assinatura digital detecte alterações nos dados.
Talvez.
E se os responsáveis pelas assinaturas estiverem envolvidos na fraude?
É plausível pensar que um atacante sofisticado a ponto de realizar adulteração eletrônica consiga esconder muito bem seus rastros virtuais.
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2- Capacidades ofensivas cibernéticas agora são parte oficial das forças militares de diversos países.
E o Brasil ainda está muito atrás. Sim, temos alguns centros de ponta em computação e tecnologia de informação. Mas nosso orçamento militar, prioridade governamental e pessoal qualificado para a área de cibersegurança ainda é muito limitado.
Ataque recente há alguns dias:
https://tecnoblog.net/381394/stj-teria-sido-vitima-de-ransomware-ministerio-da-saude-sofre-ataque/

EUA, China, Rússia, e Israel, também Irã e Coreia do Norte investem pesado nessa área.
Alguns exemplos mais famosos recentes: https://pt.wikipedia.org/wiki/Stuxnet#:~:text=Stuxnet%20%C3%A9%20um%20worm%20de,bielorrussa%20desenvolvedora%20de%20antiv%C3%ADrus%20VirusBlokAda.

https://en.wikipedia.org/wiki/2017_cyberattacks_on_Ukraine#:~:text=A%20series%20of%20powerful%20cyberattacks,ministries%2C%20newspapers%20and%20electricity%20firms.&text=ESET%20estimated%20on%2028%20June,hardest%20hit%20with%20about%209%25.
É jogo de gente grandíssima. Queremos deixar a base de nossa democracia vulnerável à ação de grandes potências? Seja esquerda ou direita, todos concordamos que o país deve ser soberano.
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3- Ah, mas nossa apuração é mais rápida.
Vale o risco? Qual a pressa? Melhor saber o resultado em horas com possibilidade de fraude, ou em alguns dias, com mais segurança?
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4- Ah, mas exportamos esse sistema para vários países, somos exemplo de tecnologia para o mundo!
Sim, há muito trabalho de profissionais extremamente capacitados e dos centros de pesquisa brasileiros, que por anos e anos tentam honestamente aprimorar o processo de voto eletrônico no Brasil.
Eles tem todo o mérito, e sim, entendem muito do que fazem.
Alguns países usaram nossas urnas segundo o site do TSE (https://www.tse.jus.beleicoes/urna-eletronica/visao-externa-do-sistema-eleitoral-brasileiro):
- Argentina
- Equador
- México
- Paraguai
- República Dominicana
Entretanto, países extremamente desenvolvidos e com indústria de computação e telecomunicações muito mais avançadas que a nossa, ainda optam pelo voto em papel. Por que?
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5- Quais países desenvolvidos não usam voto eletrônico?
Segundo a Wikipedia (https://en.wikipedia.org/wiki/Electronic_voting_by_country):
- Canadá
- Bélgica
- Finlândia
- Alemanha
- França
- Irlanda
- Noruega
- Espanha
- Inglaterra
- EUA (parcial, mais sobre ele no texto abaixo)
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6- Os EUA foram o berço da computação e Internet mundiais. Ainda hoje as maiores empresas de TI são de lá. Qual a opinião deles sobre voto eletrônico, existe algum estudo?
Sim!
A Academia Nacional de Ciência Engenharia e Medicina dos EUA ficou 2 anos estudando o tema, desde 2016, quando houve suspeita de interferência russa nas eleições americanas.
Professores das melhores universidades e empresas de computação do mundo (MIT, Princeton, Stanford, Microsoft) então publicaram, em 2018, suas conclusões no texto "Securing the Vote - Protecting American Democracy", disponível de graça para leitura em online ou '.pdf' (menu à direita)(https://www.nap.edu/catalog/25120/securing-the-vote-protecting-american-democracy).
A conclusão foi que o voto eletrônico é fundamentalmente inseguro, só devendo ser utilizado se houver outro meio de auditoria em conjunto (voto em papel):
Pág 80.
"4.11 - Elections should be conducted with human-readable paper ballots...
Recounts and audits should be conducted by human inspection of the human-readable portion of the paper ballots.
Voting machines that do not provide the capacity for independent auditing (e.g., machines that do not produce a voter-verifiable paper audit trail) should be removed from service as soon as possible"
Pág 93.
" There is no realistic mechanism to fully secure vote casting and tabulation computer systems from cyber threats... Even if best practices are applied, systems will not be completely secure. Foreign state–sponsored attacks present a challenge for even the most responsible and well-resourced jurisdictions.... Appropriate audits can be used to enable trust in the accuracy of election outcomes even if the integrity of software, hardware, personnel, or other aspects of the system on which an election is run were to be questioned. Better cybersecurity is not a substitute for effective auditing."
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Resumo Português:
[4.11 Eleições deve ser feitas em papel.
Recontagens devem ser feitas por humanos olhando os votos em papel.
Máquinas de voto que não imprimam papel para auditoria devem ser descartadas o mais rápido possível
Pág 93.
Não há como proteger as máquinas ou sistemas de votação de ataques cibernéticos.
Mesmo com as melhores práticas de segurança, ataques de potências estrangeiras podem afetar os mais organizados e melhores mantidos sistemas.
Entretanto, se houver auditoria, os resultados podem ser confiados, mesmo que haja vulnerabilidades presentes.
Mas lembrando, cibersegurança não substitui auditoria!]
***********************
A frase final é importante. Nada substitui a possibilidade de auditoria (recontagem).
Nosso sistema é essencialmente falho nesse aspecto.
A parte seguinte sobre votação pela Internet também vale a pena ser lida.
(obs: os problemas na eleição atual deve-se ao voto à distância (correio) e algumas máquinas em alguns locais (para saber mais pesquise em duckduckgo.com), e em nada desvalorizam o excelente trabalho da comissão citada acima)
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Mais Importante
O voto eletrônico é elitista e antidemocrático. E não sou eu falando.
Uma decisão da Suprema Corte alemã entendeu que, como as eleições são a base do processo democrático, qualquer cidadão tem o direito de entender perfeitamente como o sistema funciona e participar da recontagem ou inspeção eleitoral.
Entre no site do TSE e tente entender como funcionam todas as etapas de segurança do voto eletrônico.
Sabe o que é uma assinatura digital? Chave pública e Chave privada? Troca de chaves de Diffie Hellman?
Sabe só o conceito ou sabe os detalhes de implementação? Conhece a matemática pesada que embasa os protocolos de criptografia?
" - Ah! Mas eu uso sistemas bancários eletrônicos e ando de carro todos os dias sem saber todos os detalhes de como eles funcionam. Também tomo medicações que não faço ideia como são fabricadas ou agem nas moléculas das células do meu corpo. Na sociedade especializada é assim. Não dá pra saber tudo. Cada um faz o seu e confia no restante das pessoas para fazerem o delas bem feito."
Sim! O raciocínio está correto. Mas não para o voto!
Se os carros falharem e começarem a causar acidentes, a fabricante será processada e condenada.
A mesma coisa para a medicação, ou o banco.
Condenada por quem? Pelo Estado!
O Estado tem o monopólio da força e da justiça na sociedade.
E se o Estado se tornar abusivo, injusto? Corrupto? E se o executivo passar a controlar o judiciário para ficar impune? A única saída (pacífica) são as eleições.
Por isso é essencial que o processo eleitoral seja transparente e popular.
Sim, popular. Basal. Simples. O mais simples possível.
Qualquer João ou Maria que estiverem passando ali na esquina devem ser capazes de participar da contagem de votos e inspeção eleitoral, se desejarem.
Com a complexidade da votação eletrônica, nem graduados em engenharia da computação entendem todo o sistema, a não ser que façam uma especialização na área e estudem profundamente segurança de sistemas embarcados, segurança de redes, e criptografia.
Mesmo assim, com a falta de transparência do TSE, não conseguiria entender tudo.
A realidade fria é que a votação eletrônica é um tipo de elitismo tecnológico.
Poucos entendem o processo. E com o conhecimento, vem o poder. Ou seja, poucos tem o poder.
Imagine um governo eleito pelo povo, que lentamente se torne ditatorial, sem objetivo de sair.
Além de aparelhar as forças militares com seus amigos, a primeira coisa que fará é aparelhar o TSE e sua equipe de técnicos e programadores.
A partir daí, é só alegria.
O ditador e seus amigos ficarão se alternando no poder o quanto quiserem. E quem irá detectar alguma fraude?
Voltando para a sentença alemã, aí está o link (https://www.ndi.org/e-voting-guide/examples/constitutionality-of-electronic-voting-germany).
Vale a pena ler.
Me estranha nossos juízes do STF (especialmente um com especialização na Alemanha) que citam tantos autores alemães em suas sentenças, não se influenciarem por essa brilhante opinião da corte maior:
"The use of voting machines which electronically record the voters’ votes and electronically ascertain the election result only meets the constitutional requirements if the essential steps of the voting and of the ascertainment of the result can be examined reliably and without any specialist knowledge of the subject..."
***********************
Resumo Português:
[ O uso de máquinas de voto eletrônicas só atendem às exigências constitucionais
se os passos essenciais da votação e da auditoria dos votos puder ser examinado
de forma clara que não necessite de conhecimento especializado.]
***********************
Me estranha o nosso STF votar várias vezes contra a impressão do voto para permitir recontagem.
Me estranha também o apego e orgulho com que declaram altivamente que o "sistema eleitoral brasileiro é seguro, e referência mundial", como se estivessem repetindo um dogma religioso e qualquer questionamento ou discussão é rotulado de "conspiração antidemocrática".
Me espanta também a omissão dos técnicos do nosso país a respeito do tema.
Com exceção do professor Diego Aranha da UnB e Unicamp, nenhum outro que conheço se manifesta sobre o tema.
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É isso. Post gigante. Vamos discutir.
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Muito longo; não li:
- TSE é pouco transparente
- As opções de segurança implementadas pelo nosso sistema atual não são perfeitas e permitem questionamentos
- Um sistema eleitoral vulnerável expõe o país à interferência externa. Mais ainda quando o domínio cibernético é o mais novo domínio militar das potências
- Muitos países desenvolvidos não usam sistemas eletrônicos de votação por considerarem inseguros ou antidemocráticos
- Me estranha a forma dogmática com que as autoridades tratam do assunto no Brasil, e a população, principalmente os especialistas, aceitam sem questionamento

*edit: add o link pro video
submitted by Uicnejfop to brasilivre [link] [comments]

Por que o futuro da humanidade é sombrio

EDIT: Esse post não tem o intuito de deixar ninguém depressivo, por mais que não sejam notícias boas, vejam isso como uma oportunidade de não ficar perdendo tempo com certas cobranças e amarras da sociedade que você sabe que não faz sentido com o que você realmente é ou quer ser. É também uma forma de redirecionar qualquer "raiva" que você tenha no espectro político para quem realmente está causando isso tudo.
Esta é apenas uma tradução das partes relevantes do tópico postado por logiman43 no /DarkFuturology.
10 anos atrás eu era o cara me acorrentando em árvores, 5 anos atrás eu era o cara bloqueando a rua para chamar a sua atenção sobre o consumo de carne. Eu já fui preso, ridicularizado e "linchado". Agora eu estou apenas cansado. Eu sou um Ph.D em Relações Internacionais com especialização em Conflitos Climáticos (e 2 outros diplomas em Direito e Economia).
Aqui você irá achar 30,000 papers científicos sobre esta situação fodida.
Para os amantes de áudio, aqui você tem uma conversa de 30 minutos sobre como tudo deverá colapsar. "Não há crescimento infinito".
5 anos atrás existia uma série chamada 'The Newsroom'. Era uma série série com alguma comédia sobre o mundo midiático. Existe um clipe famoso da série (04:48) sobre o colapso do clima. Era "cômico" na época, porém agora é a realidade.

Aquecimento Global:

De acordo com um report de 2018, a temperatura global já está 1ºC maior do que a era pré-industrial.
O que irá acontecer a cada incremento de 0.5ºC? O rastreador de ações climáticas mostra que chegaremos aos 3.5ºC com as políticas atuais em 2050. Climate stripes - Veja o salto em 1995
Gráfico mostrando emissões de carbono por continente. Veja a explosão na Ásia
Neste gráfico, você tem todos os níveis de CO2, CH4, N20, temperatura e nível do oceano.
As 20 piores consequências do aquecimento global
+9 Gráficos
1.5ºC - Este costumava ser o ponto em que os cientistas achavam que estávamos OK. Em 2018, o IPCC queria parar o aquecimento global neste temperatura, prevendo que a atingiríamos com 10% de chance em 2023. Nesta temperatura, ondas de calor tão quentes quanto o Deserto do Saara acontecerão no mundo todo, todo ano. Haverá destruição massiva de plantações, 70% dos corais no oceano perderão a sua cor e secas afetarão 360mi de pessoas (Fonte).
Advinhe só? De acordo com o - já antigo - report do IPCC de 2019, nós já estamos quase atingindo 1.5ºC. A quantidade de 'loss events' (Tsunamis, Tempestades, Enchentes, Queimadas) entre 1980 e 2015 QUADRUPLICOU.
Históricamente, todo summit pelo clima falhou em atingir a meta de limitar as emissões GHG, não chegando nem perto. Outro ângulo. Inclusive, estudos recentes alertam que metas do Acordo de Paris já estão fora do nosso alcance.

Biomassa e a 6ª Extinção

A Terra aparenta estar passando por um processo de "aniquilação biológica". Mais da metade do número total de animais que um dia dividiram o planeta com os humanos já se foram. Um estudo de 2017 checou as populações animais ao redor do planeta examinando 27,600 espécies de vertebrados - quase metade das espécies que sabemos que existem. Eles descobriram que mais de 30% delas estão em declínio. Algumas espécies estão enfrentando um colapso completo, enquanto populações locais de outras estão sendo extintas em áreas específicas. Além disso, humanos exterminaram 60% das populações animais desde 1970. (Fonte)
Aproximadamente 40% das espécies de insetos estão em declínio, de acordo com um estudo e eles não são as únicas criaturas sofrendo. Nos últimos 50 anos, mais de 500 espécies de anfíbios entraram em declínio - e 90 foram extintas - devido a uma doença mortal de um fungo, que corrói a carne de sapos. (Fonte)
E plantas estão sendo extintas 350x mais rápido do que o normal
De outro lado, veja a explosão de animais domésticos entre 1950 e 200. Gado é uma das causas do aquecimento global. Ex: A Amazônia está sendo desmatada não pela madeira, mas para abrir espaço para criação de gado. (Fonte).

População

A curva íngrime na população. Se nossos números crescem em média 228,000 por dia, em uma semana nós teremos adicionado 1.589.000 pessoas extras à população mundial. Para se preparar, a Humanidade precisa produzir mais comida nas próximas 4 décadas do que já produzimos nos últimos 8.000 anos (Link p/ Paper). Porém estamos desperdiçando tanta comida e perdendo tanta água com irrigação, que é possível que a sociedade colapse em 2040 devido à escassez catastrófica de alimento.

Permafrost e Metano

Solo no Ártico está liberando mais CO2 do que 189 países.

Com um aumento de 2ºC, esperamos que 6.6 milhões de km² descongelem e isso crie um 'feedback loop' que libere muito metano, o que significa que o descongelamento do permafrost e calotas polares se torne um processo de extinção que se auto acelere.
Os oceanos já estão borbulhando com Metano e o que é mais assustador é que nós sabemos que existem patógenos congelados no permafrost - patógenos como Anthrax.

Doenças

Conforme a Terra aquece, animais serão forçados a migrar em massa. Isso significa que animais transportando doenças tropicais (como Malária) passarão a conviver entre nós. Para se ter uma idéia de quão isso é assustador, doenças como 'Camel Flu' (MERS) tem uma taxa de mortalidade de 36%.
E os hospitais não estão preparados para os desafios da mudança climática
Report do World at Risk. Eles listaram dezenas de doenças que os experts sugerem possuir o potencial de causar epidemias que podem escalar fora de controle, entre elas o Ebola, Zika Virus e Dengue. Uma pandemia pode infectar o mundo em horas e matar milhões pois NENHUM país está totalmente preparado. 100 Anos atrás a Gripe Espanhola infectou 1/3 da população e matou 50 milhões de pessoas.
Atualmente, a poluição do ar está tão alta que a China e India ultrapassam os gráficos. Sem uma máscara, você ficará doente.

Erosão do Solo Superficial

Nós estamos ficando sem solo arável (Fonte) e até 2055, nós não teremos mais nada.
Este é o aviso do autor de "Surviving the 21st Century", Julian Cribb para uma conferência internacional do solo em Queenstown, NZ em 15/12/16.
"10kg de Solo Arável, 800L de água, 1.3L de Diesel, 0.3g de Pesticidas e 3.5kg de CO2 - Isso é o necessário para entregar uma refeição, apenas para uma pessoa" - Cribb diz.
É necessário 2000 anos para se formar 5cm de solo arável e se você acha que isso não te afetará, espere até que comida se torne a commodity mais rara da Terra. Se você acha que já viu a barbaridade humana, espere até que estes mesmos humanos estejam famintos e desesperados por comida. Isso não significa milhões de pessoas famintas, sginificará bilhões de pessoas sem comida. Incluíndo você.

Escassez de Água Doce

A India tem 5 anos para solucionar a crise hídrica, a África do Sul tem a pior seca em 1000 anos, Zâmbia tem 2mi de pessoas à beira da inanição graças à seca.
De acordo com o report das Nações Unidas, em 10 anos, 4 bilhões de pessoas serão atingidas pela falta de água doce, das quais 2 bilhões estarão severamente em falta.

O evento "Blue Ocean"

Um evento Blue Ocean significa que grandes quantidades de luz solar não serão mais refletidas de volta ao espaço. Ao invés disso, o calor será absorvido pelo Ártico. Enquanto o Oceano Ártico possui gelo, a maior parte da luz solar é refletida e o "centro de frio" permanece perto do Pólo Norte.
Isso não apenas significa que o calor adicional terá que ser absorvido pelo Ártico, mas também que os padrões de vento irão mudar radicalmente, ainda mais do que já estão mudando hoje. O que causa com que outros 'pontos de virada' sejam atingidos antes do esperado. É por isso que o evento 'Blue Ocean' é muito importante e possivelmente será atingido abruptamente em 2022. (Fonte).

O feedback loop da camada de gelo

Quando falamos do crescimento do nível do mar, está se tornando cada vez mais difícil prever uma vez não estamos apenas aquecendo o ar, o calor está ficando preso nos oceanos também, o que significa que as camadas de gelo no círculo do ártico está derretendo por cima e por baixo - Ou seja, estão derretendo MUITO mais rápido do que estimamos até nas nossas estimativas mais radicais. (Vídeo).
Se você está preocupado com os refugiados da América Central/Latina ou África, você pode começar a pensar nas dezenas de milhões de pessoas que começarão a escapar continente a dentro das inundações.
Isso TRIPLICA as nossas estimativas anteriores.

Evento Wet Bulb

Mudança Climática causará ondas húmidas de calor, que matarão até pessoas saudáveis.

Ondas de calor extremas que matam pessoas saudávels em horas atingirão partes do subcontinente indiano a menos que as emissões globais de carbono sejam drasticamente cortadas rapidamente. Mesmo foras destes hotspots, 3/4 da população de 1.7bi - particularmente agricultores no Ganges e vales Hindus - serão expostos a um nível de humidade classificado como "Perigo Extremo" até o final do século.
A nova análise avalia que o impacto do clima na combinação mortal de calor e humidade, classificado como a temperatura "Wet Bulb" (WBT). Quando a humidade chega em 35ºC, o corpo humano não consegue mais se regular através do suor e até pessoas saudáveis sentadas na sombra, morrerão em até 6 horas. Já existem partes do mundo em que a humidade atinge 32ºC a 33ªC.

Acidificação do Oceano

Acidificação do Oceano tornará a mudança climática pior ainda

Os oceanos estão absorvendo uma grande parcela do CO2 emitido na atmosfera. Na realidade, oceanos são o maior absorvente de CO2 do mundo, muito maior do que as capacidades de absorção da floresta amazônica. Mas quanto mais CO2 os oceanos absorvem, mais ácidos eles ficam em uma escala relativa pois uma parte do carbono reage com a àgua para formar ácido carbônico.
Se a acidificação diminuir as emissões marinhas de enxofre, isso poderá causar um aumento na quantidade de luz solar atingindo a superfície da Terra, acelerando o aquecimento - o que é exatamente o que o estudo do Nature Climate Change prevê. Pesquisadores estimam que o pH do oceano irá diminuir em 0.4pH até o final desse século se as emissões de carbono não pararem, ou em 0.15pH CASO o aumento pare em 2ºC. (Fonte)
Já está acontecendo uma extinção em massa nos oceanos.

Porque prevenção do desmatamento é mais importante que replantá-las.

Há tanto CO2 na atmosfera que plantar novas árvore já não pode mais nos salvar.

Cientistas estimam que precisamos plantar 1 trilhão de árvores para mitigar o Aquecimento Global. SEM PERDER NENHUMA ÁRVORE já que uma árvore queimando libera todo o CO2 de volta.
A Amazônia está perdendo 3 campos de futebol por minuto graças à queimadas - Mapa Interativo. No momento, estamos perdendo 13-15mi de hectares de árvores por ano na América do Sul, África e Oeste Asiático que estão sendo convertidos para agricultura. (Fonte)
Então se assumirmos que plantemos 1mi de árvores a cada passo que você dê, então 20 passos serão 20mi de árvores, correto? 1 trilhão de árvores é o equivalente a 2.5x mais do que a distância em que você está até a Estação Espacial Internacional, isso sem contar toda a poluição liberada para plantar as sementes, toda a logística de preparo do solo arável e o descarte de lixo. Uma ação para resolver um problema, afeta diversos outros que também contribuem para o aquecimento.

Migrações

Se prepare para centenas de milhões de refugiados do clima - MIT.

Até 2050 haverão 1.5bi de migrantes. Sim, em 30 anos. O que aumenta drasticamente o potencial de conflitos e violência. Um estudo pelo Pentágono confirma que haverão guerras causadas por problemas relacionados a refugiados do clima.
Apenas um exemplo rápido, a Índia poderá bloquear o rio Indus, matando centenas de milhões de paquistaneses. (Fonte). Ambos países que possuem armas de destruição em massa. Nos próximos 30 anos haverá também um crescimento do fascismo e campos de concentração, o que já acontece nos EUA com mexicanos e na China com os Uighurs.

Os super-ricos

Os ricos sabem que é tarde de mais e que serão os únicos que sobreviverão. (Artigo). Eles já estão costruindo bunkers e comprando passaportes neozelandeses para se refugiarem quando der merda e é por isso que eles estão ficando exponencialmente mais ricos. Por exemplo, Canada, Noruega e Brasil irão 'floodar' o mundo com petróleo para obter lucro máximo (Artigo do NYT "Flood of Oil is Coming").
Se qualquer coisa acontecer, os super-ricos irão apenas comprar passaportes por $1M+ e fugir enquanto migrantes serão colocados em campos de concentração, os ricos estão planejando nos deixar para trás.

Porque o atual sistema econômico está quebrado

O sistema econômico está completamente quebrado e não só nos EUA comot ambém na Europa, Austrália, América do Sul e Ásia. Eu estive pesquisando este assunto por anos e fico 'embasbacado' quão ruim realmente está.
Os ultra-ricos possuem $32 trilhões, sem contar assets mobiliários, ouro, iates e cavalos de corrida, em contas offshore.
Visualização da diferença entre $50,000, $1mi e $1bi. A média de income nos EUA é de $32,000/ano. Supondo que cada degrau em uma escada representa $100,000, então metade da população americana ainda está no começo ou apenas no 1º degrau, são quase 200 milhões de pessoas que não conseguem nem subir um degrau nesse sistema. Os lares conjuntos de 80% estão no quinto degrau da escada enquanto um bilionário...um bilionário está 10.000 degraus acima da escada, o que é o equivalente à 5 prédios do tamanho do Empire State. Lá de cima, eles não conseguem distinguir a diferença dentre um milionário e um sem-teto nem se eles quisessem. E Jeff Bezos? Ele está na metade do caminho até a Estação Espacial, o equivalente a 24 Everests em cima do outro.
Se você tivesse um trabalho que pagasse $2.000/HORA e você trabalhasse 40 horas por semana, sem férias e de alguma forma economizasse todo esse dinheiro, você teria que trabalhar mais de 25.000 anos para chegar na mesma fortuna de Jeff Bezos.
Outras menções notáveis:

Por que ninguém fala do colapso?

Por que ninguém fala do colapso? Porque um mundo sem esperança é um mundo de caos, imagine 7 bilhões de pessoas percebendo que eles não tem 200, 100, 50 anos restantes mas sim apenas 20 ou 30.
Além disso, os ricos estão tentando promover éticas de trabalho em que você não tenha tempo para ler, assistir ou estudar sobre nada do que foi dito acima. Nós estamos ficando cada vez mais isolados um dos outros por causa de tecnologias como Facebook ou Tinder e pra completar, os políticos estão tentando desestabilizar o mundo que conhecemos, para criar confusão e conflito entre nós. Dividir e Conquistar. Por que você acha que a Rússia está por trás do Brexit, do movimento Black Lives Matter e do crescimento do fascismo na Europa?
A Rússia influenciou as eleições americanas, criando centenas de grupos de Facebook Pro-Trump, pagou também para rodar propagandas patrióticas "MAGA" no Facebook.
Por que você acha que há tantos protestos rolando ao redor do mundo ultimamente? Aqui estão os maiores protestos acontecendo agora.
LUTE!
Para mais: /collapse
submitted by TheTanzanite to brasil [link] [comments]

Como investir | Keep it simple, Stupid!

Olá,
Se chegaste até aqui é porque estás preocupado com as tuas finanças, por isso, parabéns!
De facto, é uma preocupação fundamentada, uma vez que, de acordo com Relatório sobre a Sustentabilidade Financeira da Segurança Social publicado em Outubro de 2018 como anexo do Orçamento de Estado de 2019, a Segurança Social como a conhecemos hoje esgotar-se-á no final da segunda metade da década de 2040.

O FEFSS (Fundo de Estabilização Financeira da Segurança Social), a ser utilizado perante saldos negativos do sistema previdencial a partir do final da segunda metade da década de 2020, teria com a atual projeção, um esgotamento no final da segunda metade da década de 2040, representando uma melhoria face à projeção do relatório de sustentabilidade anexo ao Relatório do OE de 2017, em cinco anos.

Assim, se, tal como eu, estás a iniciar a tua vida adulta, provavelmente será responsável pelo teu próprio sustento durante a idade da reforma. Como tal, temos de arranjar uma forma de garantir que o nosso dinheiro rende, para garantir esse conforto futuro.
A melhor forma que conheço para o fazer é através de investimentos, algo que começa agora a ser falado no nosso país, mas sobre o qual a generalidade das pessoas ainda sabe muito pouco.

Ao contrário de subs de outros países relacionadas com finanças pessoais onde existem vários tópicos Guide, em Portugal, tal não acontece.
Para colmatar essa lacuna, decidi escrever este post que espero ajudar aqueles que buscam conselhos financeiros e que se deparam com esta comunidade pela primeira vez.
Infelizmente (ou felizmente) não venho de famílias abastadas. Como tal, há cerca de 2/3 anos quando comecei a ganhar alguma autonomia financeira coincidente com a minha entrada no mercado de trabalho, comecei a pensar como é viria a fazer face às minhas despesas - casa, carro, alimentação, etc.
Desta reflexão resultaram muitas horas de leitura e lições que agora partilho aqui convosco:

Lição 1: ninguém cuidará melhor do vosso dinheiro do que vocês.
Começo por partilhar convosco que uma das coisas que mais me irrita na indústria financeira - e no qual tenho a minha quota-parte de culpa, dado que é a minha área de formação - é da necessidade de complicar. Alguém que esteja de fora, ficará intimidado pela complexidade de palavras que usamos como asset alocation, derivatives, bonds, stocks, optimal portfolio allocation, options, warrants e futuros. Como se isso não bastasse, não educamos os jovens em finanças - em muitos casos temos dificuldade em poupar e noutros tantos em perceber como investir.
Claro que toda esta iliteracia financeira é um paraíso para portfolio managers e outros agentes dispostos a investir o vosso dinheiro por vocês. Porquê, perguntam vocês?
Existem três formas através das quais um porfolio manager consegue fazer dinheiro para a empresa:
  1. Comissões sobre produtos;
  2. Assets Under Management;
  3. Aconselhamento 1-on-1.

Em primeiro lugar, parte do salário de um portfolio manager, é variável. Por outras palavras, está dependente do lucro que trouxer para a empresa. Como tal, não é de admirar que vos sugerirão aqueles produtos que lhes dêem maior retorno, independentemente do retorno que vos trouxerem para vocês. Como tal, aqueles produtos que vos tentarão enfiar pela garganta abaixo são precisamente aqueles que vão de acordo com os objectivos deles (maximizar lucro) e não necessariamente os vossos (maximizar o retorno).
Para além disso, existe também o modelo AUM (Assets Under Management) que na práctica é 1-2% que vos cobrados pelo valor de activos na vossa carteiro. A título de exemplo, suponham que eu tenho 100.000€ investidos na institução A cuja taxa AUM é de 2%. Todos os anos terei de pagar 2.000€ à instituição financeira que faz a gestão dos meus activos, independentemente de ter, ou não lucro. Imaginem que num dado ano tive 6% de retorno, a inflação foi de 3% e a AUM é de 2%. Resta-me 1% de um retorno que deveria ter sido 3%. De repente, um ano que até teria sido bastante positivo transformou-se num mísero 1%. (Parece-vos justo? Nem a mim...)
Por último, alguns advisors estão ainda disponíveis para vos aconselha por uma módica quantia de X, sendo X um valor absolutamente ridículo para o qual não existe qualquer justificação lógica. Como se tal não bastasse, muitas vezes esse aconselhamento não se traduz em qualquer valor acrescentado para nós. Com sorte, vai de encontro ao ponto 1 e comem-nos por parvos duas vezes: no aconselhamento que roçou o medíocre e na venda de um produto com comissões altíssimas e retornos pelas ruas da amargura.

Dito isto, aqui fica a primeira lição: ninguém cuidará melhor do vosso dinheiro do que vocês!

No entanto, identificar um problema sem o tentar resolver soa-me um pouco hipócrita. Por isso, deixem-me introduzir-vos à segunda lição: é mais fácil do que parece.

Dado que, como já partilhei convosco acima, a minha formação base é finanças, comecei a pensar "como é que se investe?". Esta questão levou-me a ler vários livros sobre investimento e apercebi-me que, ao contrário do que todos os profissionais da área faziam parecer crer, investir, era bastante simples.
Tão simples, de facto, que alguém com zero experiência como investidor conseguirá obter um retorno melhor do que 80% dos ditos portfolio managers utilizando apenas as ferramentas que partilharei convosco neste thread.

O quê?! 80%?! Mas investir não é difícil?!
Não.

O quê?! Melhores retornos que portfolio managers que vivem, respiram e comem informação financeira?
Sim.

Afinal eu não preciso de pagar fees ao meu banco para investir por mim?!
Não.

Contudo, antes de partilhar convosco quais são essas ferramentas há três questões que são imperativas que saibam responder:

  1. Em que fase da vossa vida é que estão? Acumulação ou Preservação de riqueza?;
  2. Que níveis de risco é que estão disponíveis a aceitar?;
  3. O vosso horizonte temporal a nível de investimentos é longo ou curto prazo?.

Certamente repararam que as três questões estão intrinsecamente ligadas e que existe um tema comum a todas elas, risco. Pelo que gostava de começar por abordá-lo em primeiro lugar.
Ao contrário do que vos possam dizer ou vocês próprios possam pensar, não existe nenhum investimento 100% seguro.
Experimentem colocar o vosso dinheiro debaixo do colchão durante 20 anos e depois contem-me como os 20k€ que com tanto esforço, suor e lágrimas amealharam valem agora apenas 5k€ em bens e/ou serviços. Ou talvez vocês seja pessoas conservadoras e decidam comprar títulos do tesouro, mas nesse caso apresentar-vos-ei a minha inflação ou então são completamente o oposto e decidem que acções is the way to go, caso em que opto por vos dar a conhecer a minha outra amiga, deflação.
Estes exemplos não servem para vos desincentivar de investir. Queria apenas de uma forma, mais ou menos, lúdica demonstrar-vos que, qualquer que seja a nossa opção, nunca estamos 100% seguros. Consequentemente, a única opção que nos resta é fazer as escolhas que julgamos serem as mais correctas com a informação que temos disponível de momento - e atenção que não fazer escolha é, em si, uma escolha.
Dito isto, existem apenas outras três ferramentas que necessitam para construir o vosso portfolio:
(já repararam que eu gosto de manter as coisas simples?)

  1. Acções
E se invés de apostarmos numa única equipa e rezássemos para que essa equipa vencesse, pudéssemos apostar que uma qualquer equipa entre todas as que estão na competição poderia ganhar? As nossas odds seriam bem melhores, verdade?
É isso que constitui um index fund - um cabaz de acções de várias empresas. Regra geral, cada index fund tem um benchmark que segue o que acaba por definir as ações nas quais esse index fund invest. Tudo o que precisam de saber são três siglas muito simples, IWDA:NA, VUSA e VWRL.

Quais as diferenças?
Dentro dos fundos cotados (aka ETFs), existem duas sub-classes no que toca à distribuição dos dividendos consoante o fundo reeinvista autmaticamente os dividendos ou caso os distribua aos investidores, chamados accumulation ou distribution, respectivamente*.*
Isto é relevante principalmente para efeitos fiscais. No que toca a investimentos desta natureza, existem dois momentos nos quais estás sujeito a imposto.
Na altura de receberes os dividendos e no momento da venda propriamente dito.
Aquando da distribuição dos dividendos, o teu broker transferirá para a conta bancária associada o valor dos dividendos retirados os 28% de imposto. No momento da venda, analisar-se-á qual a mais ou menos valia que há a realizar. Isto é, se vendeste o investimento a um preço superior ao que compraste, o valor de imposto a pagar será de 28% sobre essa diferença. Se o valor de venda for inferior ao valor de compra, não terás qualquer imposto a pagar.
Logo, salvo raras excepções, é aconselhável que se invista num ETF que seja cumulativo (IWDA:NA). Desta forma, tiraremos proveito da capitalização composta dos juros ao mesmo tempo que adiamos o pagamento de impostos desnecessários.

  1. Obrigações
As obrigações proporcionam uma viagem ao longo do percurso de investidor um pouco mais suave. Pessoalmente, dada a minha idade, não creio que tenha muito interesse para mim. No entanto, para investidores mais conservadores, BND e AGGG-fund?switchLocale=y&siteEntryPassthrough=true) são as única sigla que precisam de conhecer neste sub-universo.

  1. Dinheiro
Um fundo de emergência é algo que devemos sempre ter. Ninguém sabe o que acontecerá no dia de amanhã e enquanto investidores de longo-prazo não queremos ter de liquidar os nossos activos devido a uma emergência. Por isso, três a seis meses de despesas fixas é um bom objectivo para se ter em dinheiro numa conta a ordem ou conta poupança que possa ser movimentada sem incorrer em custos.

Lição 2: Todos os portfolio managers acreditam que conseguem bater o mercado. Por sua vez, nós, investidores, acreditamos que conseguimos escolher aqueles que o fazem. Estamos todos enganados.

Imaginem uma sala cheia de crânios financeiros, vestidos nos seus fatos com tecidos italianos. Estes profissionais contam com anos de experiência nos mercados de capitais, para não falar das décadas passadas a estudar em grandes Business Schools.
Para além disso, têm à sua disposição inúmeras ferramentas da Bloomberg, Reuters e outros grandes players que lhes permitem ter acesso a toda a informação, constantemente actualizada, a qualquer instante.
Apesar de trabalharem noite e dia, estes guerreiros também descansam para um ocasional café, cigarro e almoço de negócios. Nesses raros e curtos momentos, encontram-se com outros analistas, experts, insiders das empresas nas quais investem e outra panóplia de gente importante.
Ao conviverem tão próximos com a realidade na qual investem, de certeza que eles sabem o que andam a fazer, certo?
Ahhhhh...think again.
Está comprovado impericamente (clicar irá fazer o download de um pdf) que os vários fundos de investimento não são capazes de dar rendibilidade superior ao seus investidores, quando comparado com o mercado.
Num horizonte temporal de 5 anos, 84,15% dos fundos de investimento tiveram uma performance pior do que o S&P500.
Logo, para terem um retorno superior ao mercado, vocês teriam de escolher o melhor fundo de investimentos possível, de um conjunto de 10! Como se isso não bastasse - e supondo que escolhiam o fundo vencedor -, ser-vos-ia cobra entre 1 a 2% em comissões. Não é muito? Para ilustrar a diferença que isto pode fazer, sigam o meu raciocínio:

Suponham que investiram 10.000€ há 30 anos num dado activo. A rentabilidade média desse mesmo activo foi de 7%, já tida a inflação em conta. Se tivessem investido vocês mesmos esse valor num index fund, teriam aproximadamente 66.000€. Por sua vez, se tivessem escolhido o fundo vencedor teriam apenas 43.000€. Uma diferença de 23.000€ tendo por base apenas 2%. Funny, right?

(aqui estou a supor que o fundo vencedor vos proporcionava apenas a mesma rentabilidade dada pelo mercado, mas dado que assumi, de 10 fundos de investimento, vocês escolhiam o único cuja rentabilidade não era pior que a do mercado, parece-me justo para balançar o cenário)

Este exemplo introduz-nos à próxima lição.

Lição 3: Controlem o que conseguem controlar

Esta conversa é toda muito bonita, mas o que raio é essa coisa da Vanguard e porque é que todos os EFTs que sugeres são geridos por eles? Afinal, também és um vendedor?!

Bom ponto, tens estado atento!
Um mercado de capitais é um sítio feio, se não soubermos gerir as emoções provavelmente perderemos muito dinheiro - mais sobre isto numa edição futura do post. A verdade é que os nossos investimentos irão desvalorizar e valorizar várias vezes ao longo do tempo. Como tal, uns anos serão positivos e outros nem tanto. Isto para dizer algo que ninguém gosta de ouvir: não podemos controlar o retorno que o mercado nos dá. Felizmente, há algo que nos cabe a nós controlar: o custo do nosso investimento.
Uma vez que o lucro do nosso investimento será nada mais do que retorno - custo, minimizando o custo estamos a optimizar esta equação.
É aqui que entra a Vanguard, fundada por um grande senhor, John Bogle, em 1975.
O que a torna tão especial é que, no momento da sua fundação, John Bogle estruturou-a de forma a que fosse customer-owned e cujo objetivo fosse o breakeven (i.e., não é suposto ter lucro, mas sim apenas ser capaz de fazer face às suas despesas).
Para compreenderem a diferença, uma empresa de investimento pode ter duas formas:

  1. É uma empresa privada. Funciona da mesma forma que um negócio familiar e o objectivo é gerar valor para os donos - a Fidelity Investments é um exemplo;
  2. É uma empresa cotada em bolsa, detida por accionistas.

Em qualquer um destes casos, o objectivo da empresa é gerar lucro. Apenas deste modo serão capazes de pagar as suas despesas e remunerar os seus donos, sejam eles privados ou accionistas. Não é difícil perceber que quanto maior for o lucro, maior será a fatia dada a cada um destes agentes. Logo, há todo um incentivo para a maximizar tanto quanto possível. E imaginem de quem virá essa fatia...nós, investidores, claro!
Por outras palavras, quando investimos com uma destas empresas, estamos a pagar pelo investimento financeiro propriamente dito e mais alguns pózinhos para os seus donos/accionistas.
Logo, é claro que há aqui um conflito de interesses - o mesmo se passa com portfolio managers, mas isso fica para uma outra versão do post. O dono de uma empresa de investimento quer que os fees sejam tão altos quanto possível. Eu, enquanto investidor, quero pagar o mínimo.
Ainda que este modelo de negócio seja perfeitamente digno. Nós, investidores, temos uma solução melhor! Acontece que John Bogle quando fundou a Vanguard, fê-lo de modo a que a mesma fosse detida pelos fundos que esta opera. Ora, uma vez que são os investidores que detêm os fundos, na práctica, os investidores detêm a própria Vanguard.
Logo, qualquer lucro que a empresa tivesse entraria directamente para a nossa carteira. No entanto, dado que este circulo Investidor - Vnaguard Mutual Funds - Vanguard - Investidor seria um pouco non-sense, a Vanguard opera no breakeven, cobrando os custos mínimos para garantir a sua operação.

No que é isto se traduz, na práctica? No facto de que o expense ratio (ou seja, a taxa de encargos correntes) média dos fundos da Vanguard seja 0.2% contra 1,20% da indústria. Pode não parecer muito, mas considerando este valor sobre vários anos e sobre um capital considerável, dá uns bons mlhares de euros poupados no final de uma vida de investidor.

Lição 4: Fazer para crer
Dito isto, como é que se compra essas coisas estranhas, ETFs? Para o fazer, precisam de uma correctora ou broker. Cada correctora practica o seu próprio preço. Por isso, é importante compararem-nos antes de abrirem conta numa delas. Deixo-vos aqui e aqui e aqui imagens de tabelas comparativas das várias correctoras a operar em Portugal (obrigado, Bárbara Barroso). Para além dos custos de aquisição de títulos, algumas delas cobram ainda custos de manuntenção e/ou outros.
Muitas destas correctoras permitem criar contas demo. Caso estejam indecisos. criem uma e experimentem a plataforma de negociação.
Feito este passo, é uma questão de acederem à dita plataforma, procurar os títulos indicados acima e adquiri-los.


Frequently Asked Questions

Os mercados estão em máximos históricos. Por isso, uma recessão está para breve. Será que devo esperar que a dita recessão chegue e que os mercados acalmem?
Ninguém sabe ao certo quando - e sequer se - estaremos perante uma recessão. A pesquisa feita em torno dos retornos históricos demonstra que se tiveres X€ para investir, a melhor solução é colocá-los de uma só vez no mercado.

Mas ainda ontem ouvi o Miguel Sousa Tavares a dizer que estaria para breve!
Não.
Ah, mas a minha tia, que é economista, disse no jantar de Natal que a guerra comercial da China e dos EUA...
Não.
Ah, mas o meu piriquito...
Não.

Ninguém consegue fazer timing ao mercado e quem vos disser o contrário está a tentar enganar-vos. No caso de serem vocês próprios, sentem-se à espera que a vontade passe, 99.9% das vezes estarão enganados.

Devo investir com a Degiro?
Antes de usarem a DeGiro como vossa correctora leiam este thread e pesquisem Amsterdamtrader Degiro no Google.
Com este tópico pretendo apenas informar-vos. Como tal, ainda que vos possa partilhar convosco como giro os meus investimentos, tento ser o mais imparcial possível. No entanto, sou defensor que devemos fazer escolhas conscientes. Não digo que não seja uma boa opção, estejam apenas consciente do que se passa no background.

Qual é a correctora que usas, u/ORoxo**?**
Comecei por usar o Banco Invest porque me dava uma segurança adicional fazê-lo através de um banco no qual confio. No entanto, os custos eram demasiado elevados e agora faço-o pela DeGiro, apesar do indiquei no ponto imediatamente acima. O importante é termos consciência dos riscos, lembrem-se.

O que acontece se a correctora que uso for à falência?
Regra geral, as correctoras mantêm os nossos activos numa entidade legal separada. Na práctica, isto significa que a correctora teria uma entidades para o negócio de corretagem propriamente dito através da qual realiza todas as actividades inerentes à operação (i.e., pagar os salários dos empregados, receber os fees dos clientes, etc, etc) e outra entidade à qual os nossos activos estariam alocados (dinheiro que temos em conta e os nossos produtos financeiros). A vantagem deste tipo de estrutura é que, em caso de falência do negócio, os ativos dos investidores não poderiam ser usados para pagar aos credores da correctora.
Não vos posso dizer se na práctica é 100% assim mas, pelo menos em teoria, isto acontece (ver e ver). Usando a DeGiro como exemplo:

DEGIRO holds Financial Instruments for you in such a way that they cannot be accessed by creditors of DEGIRO, even if DEGIRO would be bankrupt.

Ainda assim, supondo que a DeGiro ia à falência, dado que está sediada na Holanda, estaria ao abrigo do Investor Compensation Scheme que fará face às obrigações da correctora até um limite de 20k€ por investidor.
Para vos dar outro exemplo, caso investissem através da Interactive Brokers, o limite seria 500k€, uma vez que estariamos ao abrigo da SIPC (Securities Investor Protection Corporation).
Estes valores/regras dependerão do país no qual a correctora está sediada. Caso queiram optar por outra, as preocupações deverão rondar as seguintes questões:


Qual é a rentabilidade anual que posso esperar do meu portfólio, se seguir as estratégias deste post?
Tendo em consideração os dados do último século, o retorno médio anual do mercado de capitais foi de 10%. Na práctica, isto quer dizer que se adquirires um ETF cujo benchmark seja o S&P500 ou um índice global (muitas vezes os ETF deste tipo têm WLR ou World no nome), no longo prazo (20+ anos), podes esperar um retorno anual de 10% nos teus investimentos. Atenta, por favor, que isto não quer dizer que terás todos os anos 10% - poderão haver anos que ganhas 30% e noutros perdes 15%, por exemplo. Ainda assim, no longo-prazo, em média, poderás esperar um retorno de 10%/ano.
O importante é que não faças o que a maior parte das pessoas faz: vender quando o mercado está a cair e comprar quanto o mercado está em alta. O nosso objectivo enquanto investidores de longo prazo deve ser comprar sempre o mesmo em valor absoluto (supõe que defines como objetivo uma taxa de poupança de 30%/mês; deverás investir sempre esses 30% quer o ETF custe 10€ ou 80€). Uns anos essa poupança de 30% comprará mais unidades do dito ETF, outras menos. Ainda assim, no final da nossa vida de investidor, poderemos esperar um retorno de 10%/ano, em média.

Para aqueles que são conservadores, usem 6% como referência.

O ETF xpto é uma boa alternativa aos que mencionas no teu post?
Quando consideramos investir num ETF há algumas questões que devemos colocar:
  1. Qual é o activo subjacente ao ETF?
  2. Qual o custo de gestão do ETF?
  3. O ETF é cumulativo ou distribuí dividendos?
  4. Em que praça é cotado?
  5. Em que moeda está denominado o ETF?
Em primeiro lugar, importa perceber qual é o activo que está subjacente ao ETF.
Em segundo lugar, importa analisar os custos.
Eu posso pensar "epah estar exposto ao mundo todo é melhor do que estar apenas exposto ao mercado dos EUA." Certíssimo. No entanto, o retorno que irei ter ao estar exposto a empresas de diferentes geografias vai compensar a diferença de custos de gestão anuais que terei de pagar? Para além disso, supondo que estou a investir em empresas do S&P500, a maior parte delas operam em vários mercados. Será que faz sentido optar por um ETF que diversifica ainda mais, incorrendo em custos superiores, quando as grandes empresas são, hoje em dia, na sua grande maioria, globais?".
O ponto 3, ainda para mais em Portugal, é fulcral. Cada vez que te forem pagos dividendos, pagarás 28% de imposto. Logo, supondo que recebes 1.000€ de dividendos, só receberás à cabeça 720€. Num ano, pode não parecer muito, capitaliza isto pela tua vida de investidor, no meu caso 50 ou 60€ e tens uma valente fortuna paga ao Estado, sem motivo para isso.
Qual é então a solução? Fácil! Investir num ETF que invés de te dar os 1.000€ todos os anos, os investe automaticamente no ETF. Não só poupaste 28% em imposto como o poder do juro composto vai multiplicar este valor inúmeras vezes. Lembra-te, sempre que possível, accumulating.
O próximo ponto também é essencial uma vez que se o EFT for cotado nos EUA não está sequer acessível para nós. Infelizmente, as normas europeias exigem que os issuers forneçam uma série de informação, sem a qual os ETF não poderão ser transacionados em bolsa Europeias. Consequentemente, não são sequer solução para nós porque simplesmente não estão disponíveis.
Por último, há pessoas que consideram que seja bastante importante a moeda na qual o ETF está cotado devido ao currency risk (i.e., supõe que tens um activo em USD e gastas o teu dinheiro em EUR. O risco é que o USD desvalorize face ao EUR e que, consequentemente, percas poder de compra).
Pessoalmente, não é algo que me faça perder o sono, mas é uma questão a considerar.

O que acontecerá às minhas poupanças daqui a 20 anos se conseguir investir mais 50€/mês?
De acordo com esta calculadora, daqui a 20 anos terás mais 36.199,34€ ou 22.782,29€, consoante a tua perspectiva face à taxa de juro seja optimista ou pessimista, respectivamente.

Terás tido um proveito líquido de 19% com esta simples operação, excluído eventuais comissões de resgate e subscrição. Daí que o passo 1 seja importante.
De nada :)

Quero aprender mais sobre o tópico. O que me aconselhas?
Infelizmente, muito do conteúdo que existe está extremamente vocacionado para o mercado Norte-americano, em particular os EUA - surprise, surprise, han?
De qualquer modo, existem muitas (e boas!) lições que podemos adaptar à nossa realidade. Por isso, caso se sintam à vontade a ler inglês aconselho os seguintes livros:


Creio que para a maior parte deles poderão encontrar a versão em PT. No entanto, caso considerem que há interesse posso fazer um breve resumo de cada um deles e incluí-lo no âmbito do thread.
Para aqueles cujas versões de inglês forem suficientes, mas cujo valor dos livros faça diferença no orçamento familiar, mandem-me dm.

Tenho mais de 100.000€ disponível para investir, devo seguir o mesmo processo?
Não.
Nesse caso, por favor, abre uma garrafa de champanhe. Para além de estares entre os 20% mais ricos de Portugal e dinheiro não ser uma preocupação para ti, podes investir directamente com a Vanguard.
Para o fazeres, envia um e-mail para [[email protected]](mailto:[email protected]) com a indicação de que pretendes investir no index fund cujo ISIN é IE0002639668. Infelizmente, a partir daqui não te consigo ajudar mais, uma vez que ainda não estou neste patamar. Contudo, para questões particulares, estou sempre disponível por dm, se necessitares.
Caso pretendas consultar os restantes fundos disponíveis para investidores portugueses podes fazê-lo aqui.


Creio que já deu para entender que adoro este temas. Por isso, caso tenham alguma questão, estejam completamente à vontade para a colocar nos comentários ou enviar-me dm. Terei todo o gosto em ajudar cada um de vocês em tudo o que me for possível.
Como qualquer pessoa, sou humano e, como tal, não sei tudo. Ainda assim, se for esse o caso, estou disponível para ir aprender de modo a ser capaz de vos explicar e partilhar convosco.

Provavelmente editarei este tópico várias vezes à medida que me for lembrando de mais informação. Até lá, espero que vos seja útil!
submitted by ORoxo to financaspessoaispt [link] [comments]

Se você tem mente fraca não leia isso PT2

Bom mais cedo fiz um post puto e ainda continuo falando sobre emprego dps dos vinte que é quando acontece a famosa crise dos 20, me falaram que sou babaca e só falei merda, além de dizerem que não acrescentei nada então vou refazer dessa vez tentando não pistolar e literalmente entregando alguns conteúdos que reuni durante algum tempo e tinha salvo no meu drive sem usar.
Se você vai falar que sou grosso, ficar de mimi ou o karalho nem perde tempo lendo esse textão escrito por uma pessoa babaca, obrigado.
1- Você se formou e não consegue trampo na sua área, está na casa dos pais ouvindo eles falarem merda e se sente um fracassado ? Mano calma a vida não é um mar de rosas pelo contrário de rosa ela só os espinhos, se você não consegue emprego na sua área arruma qualquer emprego só pra não ter que ficar ouvindo os pais falarem merda enquanto você corre atrás de algo que você estudou.
Dentre esses tem empregos em mercados, padarias, distribuidoras entre outros.
"Aiii mas é um emprego merda q trabalha igual um camelo"
Concordo, já trabalhei em mercado e distribuidora é uma merda msm, mas é mt melhor vc trampar nesses lugares enquanto procura algo q vc estudou do que ficar em casa jogando lol e comendo doritos o dia todo, e no final do dia ter que ouvir os pais falarem merda.
2- Empregos não formais que você também trabalha igual um camelo como uber eats, uber, 99, rappi, se você tem moto ou carro da pra entrar suave nesses ramos e conseguir uma grana pra comer pelo menos. LEMBRANDO N ESTOU FALANDO Q ISSO DEVE SER A CARREIRA DE VOCÊ, utiliza isso só pra conseguir grana até arrumar algo da sua área (melhor do que ficar parado em casa)
3- Não sou especialista em empregos nada do tipo, mas sei que em entrevista o que conta é a sua lábia, vamos dizer que seu curriculo é 40% da entrevista e os outros 60% é com você, se você fica em casa o dia todo e não conversa com ninguém, não lê um livro, dificilmente vai ter uma boa oratória e pra ajudar nisso existem varios canais como metaforando e outros que dão dicas de como melhorar sua oratória (Sério oratória vai te ajudar em relacionamentos,amizades,emprego em tudo) é claro que você assistir uns curso na internet não é certeza que vai melhorar sua vida, as vzs é um problema mais fundo ai é melhor você ir em um profissional como um psicologo e fazer o procedimento correto que ele irá te passar.
4-Quando eu ficava sem trampo formal eu ia atrás de ganhar dinheiro na net, até pq esse sempre foi um dos meus fócos, sou preguiçoso (no outro post tinha nego falando merda por eu falar baiano vsfd) e sou bom em tecnologia então tentava juntar o útil ao agradável, dentre isso você consegue dinheiro com quase tudo na internet é sério, para pra pensar tem mina que ganha dinheiro vendendo foto do pé no twitter velho. Se você é formado em direito, engenharia, filosofia... se você possui ensino superior você deve ser bom naquilo que vc estudou a faculdade toda eu presumo, uma engenheiro civil deve ser bom em cálculos pelo menos (estou utilizando só de exemplo) então recomendo plataformas de freelancers lá as pessoas pagam literalmente por qualquer coisa, eu ganhava uma graninha legal antes editando vídeos em plataformas assim, você consegue dinheiro fazendo textos, resolvendo cálculos, dando aulas online, tem diversas formas só basta vc ser criativo e ir atrás
REPETINDO NÃO ESTOU FALANDO PARA USAR DISSO SUA CARREIRA É APENAS UMA DICA PRA UMA GRANINHA EXTRA
Bom não vou falar aq de tiktok e hotmart pq acho isso uma merda e já está saturado, não recomendo que caiam nos papos desses caras de comprar curso e vender curso e o karai a quatro, é sério fujam disso.
Já falei bastante sobre tipos de empregos então ta na hr de acrescentar conteúdo real, durante minha trajetória na internet consegui muitos links que podem te ajudar fortemente, vou reunir alguns do meu drive e compartilhar com vocês, como tem MUITOS cursos e informações tem muito que não funcionam mais, mas ai basta de você ver o que te interessa e ver se está on também.
TUDO SOBRE PARA QUEM QUER MELHORAR O INGLÊS INCLUINDO CURSOS GRANDES: https://pastebin.com/dTc5wUbj
APRENDENDO A ESTUDAR E COMO POTENCIALIZAR SEUS ESTUDOS
https://pastebin.com/dLfeu1dh
SITES QUE PODEM SER ÚTEIS PARA DIVERSAS COISAS, DESDE SITES COM APOSTILAS DO ENEM ATÉ SITE PRA VC FICAR CHAPADO OLHANDO PRA UMA IMAGEM
https://pastebin.com/ZMu3f4dw
ROTINA PARA QUEM QUER COMEÇAR A MUDAR DE ROTINA
https://pastebin.com/9R8xq4Wb
LIÇÕES DURA DA VIDA
https://pastebin.com/iwezmJap
POR ÚLTIMO MAS NÃO MENOS IMPORTANTE, PELO CONTRÁRIO O MAIS IMPORTANTE, REUNIÃO DE UNS 100GB DE CURSOS DE TUDO QUANTO É COISA QUE VC IMAGINAR
https://pastebin.com/srKR9B1y
https://pastebin.com/9EbrwMY7
Escrevi meio correndo pois fiz isso no horário de almoço, recomendo que estudem, tem muito conteúdo bom nos links, se msm assim vc vem falar merda de q estou sendo grosso demais ou coisa do tipo vai toma no cu.
submitted by gnomoviajante to desabafos [link] [comments]

Como investir | Keep it simple, Stupid!

Olá,
Se chegaste até aqui é porque estás preocupado com as tuas finanças, por isso, parabéns!
De facto, é uma preocupação fundamentada, uma vez que, de acordo com Relatório sobre a Sustentabilidade Financeira da Segurança Social publicado em Outubro de 2018 como anexo do Orçamento de Estado de 2019, a Segurança Social como a conhecemos hoje esgotar-se-á no final da segunda metade da década de 2040.
O FEFSS (Fundo de Estabilização Financeira da Segurança Social), a ser utilizado perante saldos negativos do sistema previdencial a partir do final da segunda metade da década de 2020, teria com a atual projeção, um esgotamento no final da segunda metade da década de 2040, representando uma melhoria face à projeção do relatório de sustentabilidade anexo ao Relatório do OE de 2017, em cinco anos.
Assim, se, tal como eu, estás a iniciar a tua vida adulta, provavelmente serás responsável pelo teu próprio sustento durante a idade da reforma. Como tal, temos de arranjar uma forma de garantir que o nosso dinheiro rende, para garantir esse conforto futuro.
A melhor forma que conheço para o fazer é através de investimentos, algo que começa agora a ser falado no nosso país, mas sobre o qual a generalidade das pessoas ainda sabe muito pouco.
Ao contrário de subs de outros países relacionadas com finanças pessoais onde existem vários tópicos Guide, em Portugal, tal não acontece.
Para colmatar essa lacuna, decidi escrever este post que espero ajudar aqueles que buscam conselhos financeiros e que se deparam com esta comunidade pela primeira vez.
Infelizmente (ou felizmente) não venho de famílias abastadas. Como tal, há cerca de 2/3 anos quando comecei a ganhar alguma autonomia financeira coincidente com a minha entrada no mercado de trabalho, comecei a pensar como viria a fazer face às minhas despesas - casa, carro, alimentação, etc.
Desta reflexão resultaram muitas horas de leitura e lições que agora partilho aqui convosco:
Lição 1: ninguém cuidará melhor do vosso dinheiro do que vocês.
Começo por partilhar convosco que uma das coisas que mais me irrita na indústria financeira - e no qual tenho a minha quota-parte de culpa, dado que é a minha área de formação - é da necessidade de complicar. Alguém que esteja de fora, ficará intimidado pela complexidade de palavras que usamos como asset alocation, derivatives, bonds, stocks, optimal portfolio allocation, options, warrants e futuros. Como se isso não bastasse, não educamos os jovens em finanças - em muitos casos temos dificuldade em poupar e noutros tantos em perceber como investir.
Claro que toda esta iliteracia financeira é um paraíso para portfolio managers e outros agentes dispostos a investir o vosso dinheiro por vocês. Porquê, perguntam vocês?
Existem três formas através das quais um porfolio manager consegue fazer dinheiro para a empresa:
  1. Comissões sobre produtos;
  2. Assets Under Management;
  3. Aconselhamento 1-on-1.
Em primeiro lugar, parte do salário de um portfolio manager, é variável. Por outras palavras, está dependente do lucro que trouxer para a empresa. Como tal, não é de admirar que vos sugerirão aqueles produtos que lhes dêem maior retorno, independentemente do retorno que vos trouxerem para vocês. Como tal, aqueles produtos que vos tentarão enfiar pela garganta abaixo são precisamente aqueles que vão de acordo com os objectivos deles (maximizar lucro) e não necessariamente os vossos (maximizar o retorno).
Para além disso, existe também o modelo AUM (Assets Under Management) que na práctica é 1-2% que vos cobrados pelo valor de activos na vossa carteiro. A título de exemplo, suponham que eu tenho 100.000€ investidos na institução A cuja taxa AUM é de 2%. Todos os anos terei de pagar 2.000€ à instituição financeira que faz a gestão dos meus activos, independentemente de ter, ou não lucro. Imaginem que num dado ano tive 6% de retorno, a inflação foi de 3% e a AUM é de 2%. Resta-me 1% de um retorno que deveria ter sido 3%. De repente, um ano que até teria sido bastante positivo transformou-se num mísero 1%. (Parece-vos justo? Nem a mim...)
Por último, alguns advisors estão ainda disponíveis para vos aconselha por uma módica quantia de X, sendo X um valor absolutamente ridículo para o qual não existe qualquer justificação lógica. Como se tal não bastasse, muitas vezes esse aconselhamento não se traduz em qualquer valor acrescentado para nós. Com sorte, vai de encontro ao ponto 1 e comem-nos por parvos duas vezes: no aconselhamento que roçou o medíocre e na venda de um produto com comissões altíssimas e retornos pelas ruas da amargura.
Dito isto, aqui fica a primeira lição: ninguém cuidará melhor do vosso dinheiro do que vocês!
No entanto, identificar um problema sem o tentar resolver soa-me um pouco hipócrita. Por isso, deixem-me introduzir-vos à segunda lição: é mais fácil do que parece.
Dado que, como já partilhei convosco acima, a minha formação base é finanças, comecei a pensar "como é que se investe?". Esta questão levou-me a ler vários livros sobre investimento e apercebi-me que, ao contrário do que todos os profissionais da área faziam parecer crer, investir, era bastante simples.
Tão simples, de facto, que alguém com zero experiência como investidor conseguirá obter um retorno melhor do que 80% dos ditos portfolio managers utilizando apenas as ferramentas que partilharei convosco neste thread.
O quê?! 80%?! Mas investir não é difícil?!
Não.
O quê?! Melhores retornos que portfolio managers que vivem, respiram e comem informação financeira?
Sim.
Afinal eu não preciso de pagar fees ao meu banco para investir por mim?!
Não.
Contudo, antes de partilhar convosco quais são essas ferramentas há três questões que são imperativas que saibam responder:
  1. Em que fase da vossa vida é que estão? Acumulação ou Preservação de riqueza?;
  2. Que níveis de risco é que estão disponíveis a aceitar?;
  3. O vosso horizonte temporal a nível de investimentos é longo ou curto prazo?.
Certamente repararam que as três questões estão intrinsecamente ligadas e que existe um tema comum a todas elas, risco. Pelo que gostava de começar por abordá-lo em primeiro lugar.
Ao contrário do que vos possam dizer ou vocês próprios possam pensar, não existe nenhum investimento 100% seguro.
Experimentem colocar o vosso dinheiro debaixo do colchão durante 20 anos e depois contem-me como os 20k€ que com tanto esforço, suor e lágrimas amealharam valem agora apenas 5k€ em bens e/ou serviços. Ou talvez vocês seja pessoas conservadoras e decidam comprar títulos do tesouro, mas nesse caso apresentar-vos-ei a minha inflação ou então são completamente o oposto e decidem que acções is the way to go, caso em que opto por vos dar a conhecer a minha outra amiga, deflação.
Estes exemplos não servem para vos desincentivar de investir. Queria apenas de uma forma, mais ou menos, lúdica demonstrar-vos que, qualquer que seja a nossa opção, nunca estamos 100% seguros. Consequentemente, a única opção que nos resta é fazer as escolhas que julgamos serem as mais correctas com a informação que temos disponível de momento - e atenção que não fazer escolha é, em si, uma escolha.
Dito isto, existem apenas outras três ferramentas que necessitam para construir o vosso portfolio:
(já repararam que eu gosto de manter as coisas simples?)
  1. Acções
E se invés de apostarmos numa única equipa e rezássemos para que essa equipa vencesse, pudéssemos apostar que uma qualquer equipa entre todas as que estão na competição poderia ganhar? As nossas odds seriam bem melhores, verdade?
É isso que constitui um index fund - um cabaz de acções de várias empresas. Regra geral, cada index fund tem um benchmark que segue o que acaba por definir as ações nas quais esse index fund invest. Tudo o que precisam de saber são três siglas muito simples, IWDA:NA, VUSA e VWRL.
Quais as diferenças?
Dentro dos fundos cotados (aka ETFs), existem duas sub-classes no que toca à distribuição dos dividendos consoante o fundo reeinvista autmaticamente os dividendos ou caso os distribua aos investidores, chamados accumulation ou distribution, respectivamente*.*
Isto é relevante principalmente para efeitos fiscais. No que toca a investimentos desta natureza, existem dois momentos nos quais estás sujeito a imposto.
Na altura de receberes os dividendos e no momento da venda propriamente dito.
Aquando da distribuição dos dividendos, o teu broker transferirá para a conta bancária associada o valor dos dividendos retirados os 28% de imposto. No momento da venda, analisar-se-á qual a mais ou menos valia que há a realizar. Isto é, se vendeste o investimento a um preço superior ao que compraste, o valor de imposto a pagar será de 28% sobre essa diferença. Se o valor de venda for inferior ao valor de compra, não terás qualquer imposto a pagar.
Logo, salvo raras excepções, é aconselhável que se invista num ETF que seja cumulativo (IWDA:NA). Desta forma, tiraremos proveito da capitalização composta dos juros ao mesmo tempo que adiamos o pagamento de impostos desnecessários.
  1. Obrigações
As obrigações proporcionam uma viagem ao longo do percurso de investidor um pouco mais suave. Pessoalmente, dada a minha idade, não creio que tenha muito interesse para mim. No entanto, para investidores mais conservadores, BND e AGGG-fund?switchLocale=y&siteEntryPassthrough=true) são as única sigla que precisam de conhecer neste sub-universo.
  1. Dinheiro
Um fundo de emergência é algo que devemos sempre ter. Ninguém sabe o que acontecerá no dia de amanhã e enquanto investidores de longo-prazo não queremos ter de liquidar os nossos activos devido a uma emergência. Por isso, três a seis meses de despesas fixas é um bom objectivo para se ter em dinheiro numa conta a ordem ou conta poupança que possa ser movimentada sem incorrer em custos.
Lição 2: Todos os portfolio managers acreditam que conseguem bater o mercado. Por sua vez, nós, investidores, acreditamos que conseguimos escolher aqueles que o fazem. Estamos todos enganados.
Imaginem uma sala cheia de crânios financeiros, vestidos nos seus fatos com tecidos italianos. Estes profissionais contam com anos de experiência nos mercados de capitais, para não falar das décadas passadas a estudar em grandes Business Schools.
Para além disso, têm à sua disposição inúmeras ferramentas da Bloomberg, Reuters e outros grandes players que lhes permitem ter acesso a toda a informação, constantemente actualizada, a qualquer instante.
Apesar de trabalharem noite e dia, estes guerreiros também descansam para um ocasional café, cigarro e almoço de negócios. Nesses raros e curtos momentos, encontram-se com outros analistas, experts, insiders das empresas nas quais investem e outra panóplia de gente importante.
Ao conviverem tão próximos com a realidade na qual investem, de certeza que eles sabem o que andam a fazer, certo?
Ahhhhh...think again.
Está comprovado impericamente (clicar irá fazer o download de um pdf) que os vários fundos de investimento não são capazes de dar rendibilidade superior ao seus investidores, quando comparado com o mercado.
Num horizonte temporal de 5 anos, 84,15% dos fundos de investimento tiveram uma performance pior do que o S&P500.
Logo, para terem um retorno superior ao mercado, vocês teriam de escolher o melhor fundo de investimentos possível, de um conjunto de 10! Como se isso não bastasse - e supondo que escolhiam o fundo vencedor -, ser-vos-ia cobra entre 1 a 2% em comissões. Não é muito? Para ilustrar a diferença que isto pode fazer, sigam o meu raciocínio:
Suponham que investiram 10.000€ há 30 anos num dado activo. A rentabilidade média desse mesmo activo foi de 7%, já tida a inflação em conta. Se tivessem investido vocês mesmos esse valor num index fund, teriam aproximadamente 66.000€. Por sua vez, se tivessem escolhido o fundo vencedor teriam apenas 43.000€. Uma diferença de 23.000€ tendo por base apenas 2%. Funny, right?
(aqui estou a supor que o fundo vencedor vos proporcionava apenas a mesma rentabilidade dada pelo mercado, mas dado que assumi, de 10 fundos de investimento, vocês escolhiam o único cuja rentabilidade não era pior que a do mercado, parece-me justo para balançar o cenário)
Este exemplo introduz-nos à próxima lição.
Lição 3: Controlem o que conseguem controlar
Esta conversa é toda muito bonita, mas o que raio é essa coisa da Vanguard e porque é que todos os EFTs que sugeres são geridos por eles? Afinal, também és um vendedor?!
Bom ponto, tens estado atento!
Um mercado de capitais é um sítio feio, se não soubermos gerir as emoções provavelmente perderemos muito dinheiro - mais sobre isto numa edição futura do post. A verdade é que os nossos investimentos irão desvalorizar e valorizar várias vezes ao longo do tempo. Como tal, uns anos serão positivos e outros nem tanto. Isto para dizer algo que ninguém gosta de ouvir: não podemos controlar o retorno que o mercado nos dá. Felizmente, há algo que nos cabe a nós controlar: o custo do nosso investimento.
Uma vez que o lucro do nosso investimento será nada mais do que retorno - custo, minimizando o custo estamos a optimizar esta equação.
É aqui que entra a Vanguard, fundada por um grande senhor, John Bogle, em 1975.
O que a torna tão especial é que, no momento da sua fundação, John Bogle estruturou-a de forma a que fosse customer-owned e cujo objetivo fosse o breakeven (i.e., não é suposto ter lucro, mas sim apenas ser capaz de fazer face às suas despesas).
Para compreenderem a diferença, uma empresa de investimento pode ter duas formas:
  1. É uma empresa privada. Funciona da mesma forma que um negócio familiar e o objectivo é gerar valor para os donos - a Fidelity Investments é um exemplo;
  2. É uma empresa cotada em bolsa, detida por accionistas.
Em qualquer um destes casos, o objectivo da empresa é gerar lucro. Apenas deste modo serão capazes de pagar as suas despesas e remunerar os seus donos, sejam eles privados ou accionistas. Não é difícil perceber que quanto maior for o lucro, maior será a fatia dada a cada um destes agentes. Logo, há todo um incentivo para a maximizar tanto quanto possível. E imaginem de quem virá essa fatia...nós, investidores, claro!
Por outras palavras, quando investimos com uma destas empresas, estamos a pagar pelo investimento financeiro propriamente dito e mais alguns pózinhos para os seus donos/accionistas.
Logo, é claro que há aqui um conflito de interesses - o mesmo se passa com portfolio managers, mas isso fica para uma outra versão do post. O dono de uma empresa de investimento quer que os fees sejam tão altos quanto possível. Eu, enquanto investidor, quero pagar o mínimo.
Ainda que este modelo de negócio seja perfeitamente digno. Nós, investidores, temos uma solução melhor! Acontece que John Bogle quando fundou a Vanguard, fê-lo de modo a que a mesma fosse detida pelos fundos que esta opera. Ora, uma vez que são os investidores que detêm os fundos, na práctica, os investidores detêm a própria Vanguard.
Logo, qualquer lucro que a empresa tivesse entraria directamente para a nossa carteira. No entanto, dado que este circulo Investidor - Vnaguard Mutual Funds - Vanguard - Investidor seria um pouco non-sense, a Vanguard opera no breakeven, cobrando os custos mínimos para garantir a sua operação.
No que é isto se traduz, na práctica? No facto de que o expense ratio (ou seja, a taxa de encargos correntes) média dos fundos da Vanguard seja 0.2% contra 1,20% da indústria. Pode não parecer muito, mas considerando este valor sobre vários anos e sobre um capital considerável, dá uns bons mlhares de euros poupados no final de uma vida de investidor.
Lição 4: Fazer para crer
Dito isto, como é que se compra essas coisas estranhas, ETFs? Para o fazer, precisam de uma correctora ou broker. Cada correctora practica o seu próprio preço. Por isso, é importante compararem-nos antes de abrirem conta numa delas. Deixo-vos aqui e aqui e aqui imagens de tabelas comparativas das várias correctoras a operar em Portugal (obrigado, Bárbara Barroso). Para além dos custos de aquisição de títulos, algumas delas cobram ainda custos de manuntenção e/ou outros.
Muitas destas correctoras permitem criar contas demo. Caso estejam indecisos. criem uma e experimentem a plataforma de negociação.
Feito este passo, é uma questão de acederem à dita plataforma, procurar os títulos indicados acima e adquiri-los.
Frequently Asked Questions
Os mercados estão em máximos históricos. Por isso, uma recessão está para breve. Será que devo esperar que a dita recessão chegue e que os mercados acalmem?
Ninguém sabe ao certo quando - e sequer se - estaremos perante uma recessão. A pesquisa feita em torno dos retornos históricos demonstra que se tiveres X€ para investir, a melhor solução é colocá-los de uma só vez no mercado.
Mas ainda ontem ouvi o Miguel Sousa Tavares a dizer que estaria para breve!
Não.
Ah, mas a minha tia, que é economista, disse no jantar de Natal que a guerra comercial da China e dos EUA...
Não.
Ah, mas o meu piriquito...
Não.
Ninguém consegue fazer timing ao mercado e quem vos disser o contrário está a tentar enganar-vos. No caso de serem vocês próprios, sentem-se à espera que a vontade passe, 99.9% das vezes estarão enganados.
Devo investir com a Degiro?
Antes de usarem a DeGiro como vossa correctora leiam este thread e pesquisem Amsterdamtrader Degiro no Google.
Com este tópico pretendo apenas informar-vos. Como tal, ainda que vos possa partilhar convosco como giro os meus investimentos, tento ser o mais imparcial possível. No entanto, sou defensor que devemos fazer escolhas conscientes. Não digo que não seja uma boa opção, estejam apenas consciente do que se passa no background.
Qual é a correctora que usas, u/ORoxo**?**
Comecei por usar o Banco Invest porque me dava uma segurança adicional fazê-lo através de um banco no qual confio. No entanto, os custos eram demasiado elevados e agora faço-o pela DeGiro, apesar do indiquei no ponto imediatamente acima. O importante é termos consciência dos riscos, lembrem-se.
O que acontece se a correctora que uso for à falência?
Regra geral, as correctoras mantêm os nossos activos numa entidade legal separada. Na práctica, isto significa que a correctora teria uma entidades para o negócio de corretagem propriamente dito através da qual realiza todas as actividades inerentes à operação (i.e., pagar os salários dos empregados, receber os fees dos clientes, etc, etc) e outra entidade à qual os nossos activos estariam alocados (dinheiro que temos em conta e os nossos produtos financeiros). A vantagem deste tipo de estrutura é que, em caso de falência do negócio, os ativos dos investidores não poderiam ser usados para pagar aos credores da correctora.
Não vos posso dizer se na práctica é 100% assim mas, pelo menos em teoria, isto acontece (ver e ver). Usando a DeGiro como exemplo:
DEGIRO holds Financial Instruments for you in such a way that they cannot be accessed by creditors of DEGIRO, even if DEGIRO would be bankrupt.
Ainda assim, supondo que a DeGiro ia à falência, dado que está sediada na Holanda, estaria ao abrigo do Investor Compensation Scheme que fará face às obrigações da correctora até um limite de 20k€ por investidor.
Para vos dar outro exemplo, caso investissem através da Interactive Brokers, o limite seria 500k€, uma vez que estariamos ao abrigo da SIPC (Securities Investor Protection Corporation).
Estes valores/regras dependerão do país no qual a correctora está sediada. Caso queiram optar por outra, as preocupações deverão rondar as seguintes questões:
Qual é a rentabilidade anual que posso esperar do meu portfólio, se seguir as estratégias deste post?
Tendo em consideração os dados do último século, o retorno médio anual do mercado de capitais foi de 10%. Na práctica, isto quer dizer que se adquirires um ETF cujo benchmark seja o S&P500 ou um índice global (muitas vezes os ETF deste tipo têm WLR ou World no nome), no longo prazo (20+ anos), podes esperar um retorno anual de 10% nos teus investimentos. Atenta, por favor, que isto não quer dizer que terás todos os anos 10% - poderão haver anos que ganhas 30% e noutros perdes 15%, por exemplo. Ainda assim, no longo-prazo, em média, poderás esperar um retorno de 10%/ano.
O importante é que não faças o que a maior parte das pessoas faz: vender quando o mercado está a cair e comprar quanto o mercado está em alta. O nosso objectivo enquanto investidores de longo prazo deve ser comprar sempre o mesmo em valor absoluto (supõe que defines como objetivo uma taxa de poupança de 30%/mês; deverás investir sempre esses 30% quer o ETF custe 10€ ou 80€). Uns anos essa poupança de 30% comprará mais unidades do dito ETF, outras menos. Ainda assim, no final da nossa vida de investidor, poderemos esperar um retorno de 10%/ano, em média.
Para aqueles que são conservadores, usem 6% como referência.
O ETF xpto é uma boa alternativa aos que mencionas no teu post?
Quando consideramos investir num ETF há algumas questões que devemos colocar:
  1. Qual é o activo subjacente ao ETF?
  2. Qual o custo de gestão do ETF?
  3. O ETF é cumulativo ou distribuí dividendos?
  4. Em que praça é cotado?
  5. Em que moeda está denominado o ETF?
Em primeiro lugar, importa perceber qual é o activo que está subjacente ao ETF.
Em segundo lugar, importa analisar os custos.
Eu posso pensar "epah estar exposto ao mundo todo é melhor do que estar apenas exposto ao mercado dos EUA." Certíssimo. No entanto, o retorno que irei ter ao estar exposto a empresas de diferentes geografias vai compensar a diferença de custos de gestão anuais que terei de pagar? Para além disso, supondo que estou a investir em empresas do S&P500, a maior parte delas operam em vários mercados. Será que faz sentido optar por um ETF que diversifica ainda mais, incorrendo em custos superiores, quando as grandes empresas são, hoje em dia, na sua grande maioria, globais?".
O ponto 3, ainda para mais em Portugal, é fulcral. Cada vez que te forem pagos dividendos, pagarás 28% de imposto. Logo, supondo que recebes 1.000€ de dividendos, só receberás à cabeça 720€. Num ano, pode não parecer muito, capitaliza isto pela tua vida de investidor, no meu caso 50 ou 60€ e tens uma valente fortuna paga ao Estado, sem motivo para isso.
Qual é então a solução? Fácil! Investir num ETF que invés de te dar os 1.000€ todos os anos, os investe automaticamente no ETF. Não só poupaste 28% em imposto como o poder do juro composto vai multiplicar este valor inúmeras vezes. Lembra-te, sempre que possível, accumulating.
O próximo ponto também é essencial uma vez que se o EFT for cotado nos EUA não está sequer acessível para nós. Infelizmente, as normas europeias exigem que os issuers forneçam uma série de informação, sem a qual os ETF não poderão ser transacionados em bolsa Europeias. Consequentemente, não são sequer solução para nós porque simplesmente não estão disponíveis.
Por último, há pessoas que consideram que seja bastante importante a moeda na qual o ETF está cotado devido ao currency risk (i.e., supõe que tens um activo em USD e gastas o teu dinheiro em EUR. O risco é que o USD desvalorize face ao EUR e que, consequentemente, percas poder de compra).
Pessoalmente, não é algo que me faça perder o sono, mas é uma questão a considerar.
O que acontecerá às minhas poupanças daqui a 20 anos se conseguir investir mais 50€/mês?
De acordo com esta calculadora, daqui a 20 anos terás mais 36.199,34€ ou 22.782,29€, consoante a tua perspectiva face à taxa de juro seja optimista ou pessimista, respectivamente.
Quero aprender mais sobre o tópico. O que me aconselhas?
Infelizmente, muito do conteúdo que existe está extremamente vocacionado para o mercado Norte-americano, em particular os EUA - surprise, surprise, han?
De qualquer modo, existem muitas (e boas!) lições que podemos adaptar à nossa realidade. Por isso, caso se sintam à vontade a ler inglês aconselho os seguintes livros:
Creio que para a maior parte deles poderão encontrar a versão em PT. No entanto, caso considerem que há interesse posso fazer um breve resumo de cada um deles e incluí-lo no âmbito do thread.
Para aqueles cujas versões de inglês forem suficientes, mas cujo valor dos livros faça diferença no orçamento familiar, mandem-me dm.
Tenho mais de 100.000€ disponível para investir, devo seguir o mesmo processo?
Não.
Nesse caso, por favor, abre uma garrafa de champanhe. Para além de estares entre os 20% mais ricos de Portugal e dinheiro não ser uma preocupação para ti, podes investir directamente com a Vanguard.
Para o fazeres, envia um e-mail para [email protected] com a indicação de que pretendes investir no index fund cujo ISIN é IE0002639668. Infelizmente, a partir daqui não te consigo ajudar mais, uma vez que ainda não estou neste patamar. Contudo, para questões particulares, estou sempre disponível por dm, se necessitares.
Caso pretendas consultar os restantes fundos disponíveis para investidores portugueses podes fazê-lo aqui.
Creio que já deu para entender que adoro este temas. Por isso, caso tenham alguma questão, estejam completamente à vontade para a colocar nos comentários ou enviar-me dm. Terei todo o gosto em ajudar cada um de vocês em tudo o que me for possível.
Como qualquer pessoa, sou humano e, como tal, não sei tudo. Ainda assim, se for esse o caso, estou disponível para ir aprender de modo a ser capaz de vos explicar e partilhar convosco.
Provavelmente editarei este tópico várias vezes à medida que me for lembrando de mais informação. Até lá, espero que vos seja útil!
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